“Não é normal um general ter agenda golpista em uma democracia”, diz Moraes sobre Heleno

Atualizado em 9 de setembro de 2025 às 11:19
O general Augusto Heleno ao lado de seu advogado, Matheus Mayer Milanez. Foto: Reprodução

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), afirmou nesta terça-feira (9) que não é normal um general do Exército ter anotações golpistas em sua agenda. A declaração foi direcionada ao ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Augusto Heleno, durante o julgamento que envolve Jair Bolsonaro (PL) e outros sete réus acusados de conspiração golpista.

“Não é razoável achar normal um general do Exército, general quatro estrelas, ministro do GSI, ter uma agenda com anotações golpistas, preparando a execução de atos para deslegitimar as eleições, o Judiciário e para se perpetuar no poder”, disse Moraes.

Na residência de Heleno, foi encontrada uma agenda com registros sobre o planejamento do grupo para fabricar um discurso que descredibilizasse as urnas eletrônicas. Segundo o ministro, o documento comprova a participação ativa do general na organização criminosa liderada por Bolsonaro, cujo objetivo era atacar o processo eleitoral e manter o ex-presidente no poder.

A defesa de Heleno, em sustentação na semana passada, afirmou que a agenda era apenas um “suporte para a memória” e não tinha intenção golpista. Moraes, no entanto, rejeitou a tese. “Não consigo entender como alguém pode achar normal em uma democracia, em pleno século XXI, uma agenda golpista”, declarou.

O julgamento, retomado nesta terça pela Primeira Turma do STF, deve se estender até sexta-feira (12), quando devem ser divulgadas as penas aos réus do chamado “núcleo crucial” da trama golpista.

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