“Não é rico contra pobre, é justiça”, diz Sidônio ao defender taxação de bilionários

Atualizado em 6 de julho de 2025 às 14:54
Sidônio

O ministro da Secretaria de Comunicação Social da Presidência (Secom), Sidônio Palmeira, negou neste sábado (5) que o governo Lula esteja promovendo uma campanha de confronto entre ricos e pobres. Segundo ele, a proposta de reforma tributária em discussão busca justiça fiscal, cobrando mais dos que hoje contribuem pouco. “Na verdade, não é rico contra pobre. É 99 contra 1. Justiça tributária, tá?”, afirmou, durante evento no Rio de Janeiro.

Sidônio disse que a meta do governo é aliviar a carga tributária sobre a maioria da população, especialmente classe média e trabalhadores que já enfrentam o teto de 27,5% no imposto de renda. “O governo não tem interesse em fazer nenhum aumento fiscal para essa grande maioria da população. Ele quer que aqueles que pagam zero, 2%, 4%, paguem até 10%”, declarou.

A fala ocorre em meio ao embate no Congresso sobre medidas fiscais. O Executivo tenta emplacar uma nova taxação para os mais ricos como forma de viabilizar a promessa de isenção de imposto de renda para salários de até R$ 5 mil. A proposta enfrenta resistência de parlamentares e foi enfraquecida após o Congresso derrubar uma MP que aumentava impostos e um decreto sobre o IOF.

Lula segurou um cartaz pedindo “taxação dos super-ricos” em agenda na Bahia. Foto: Ricardo Stuckert

Nas redes sociais, a Secom tem impulsionado a campanha apelidada de “Taxação BBB” (Bilionários, Banqueiros e Barões), com o objetivo de explicar a necessidade da medida. O mote segue uma narrativa recorrente do presidente Lula de que “os pobres pagam muito e os ricos quase nada”.

Apesar da estratégia, aliados do Planalto admitem que o discurso pode causar desgaste. Críticos avaliam que o apelo à divisão social pode reforçar a polarização e gerar resistência entre setores da classe média e empresários. Sidônio, no entanto, sustenta que a retórica do governo é baseada em dados e busca corrigir distorções do sistema tributário atual.

A expectativa do governo é que o projeto de reforma tributária volte à pauta da Câmara e do Senado no segundo semestre. A proposta é considerada prioritária para viabilizar promessas de campanha de Lula e consolidar uma base social em defesa da redistribuição de renda por meio do sistema tributário.