
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tentou reduzir a tensão política após o anúncio da saída de União Brasil e PP da base governista. Em conversa com aliados, o petista brincou ao esticar a mão para mostrar que não estava tremendo, gesto interpretado como uma tentativa de tranquilizar sua equipe. Com informações da Folha de S.Paulo.
O desembarque dos partidos foi anunciado na terça-feira (2). A federação informou que parlamentares com mandato que ocupam cargos na Esplanada devem deixar o governo até 30 de setembro, sob pena de expulsão. A medida atinge diretamente os ministros André Fufuca (Esporte) e Celso Sabino (Turismo), ambos deputados licenciados.
Segundo relatos, Lula tem afirmado a interlocutores que a decisão não altera de forma significativa a realidade do governo, já que parte das bancadas de União e PP vinha votando contra propostas do Planalto no Congresso. O presidente ainda ressaltou que continuará buscando apoio pontual para aprovar projetos prioritários.

Apesar da tentativa de descontração, integrantes da base reconhecem que a perda oficial de duas legendas de porte pode ampliar as dificuldades do Executivo em votações importantes. O governo conta hoje com apenas 259 deputados, número pouco acima da maioria simples exigida.
Nos bastidores, a movimentação ocorre em um momento em que o Planalto aposta em novas medidas para tentar recuperar a popularidade. Aliados avaliam que a saída dos partidos reforça a necessidade de negociações intensas com o Centrão e com siglas independentes.
A relação de Lula com União e PP já vinha sendo marcada por atritos desde o início do mandato. Agora, com a decisão formalizada, a tendência é que esses partidos passem a adotar posição de independência ou até de oposição em votações estratégicas.