Não foi só Bolsonaro. Noblat também sugeriu que Dilma se suicidasse

Atualizado em 10 de janeiro de 2021 às 19:59
Noblat em sua festa de 50 anos de carreira com o amigo Temer

Em mais um show ridículo de bajulação, o ministro da Justiça e Segurança Pública, André Mendonça, afirmou neste domingo que vai pedir a abertura de inquérito policial para “apurar a conduta” de Ricardo Noblat e Ruy Castro por “instigarem dois presidentes da República a suicidar-se”.

“Apenas pessoas insensíveis com a dor das famílias de pessoas que tiraram a própria vida podem fazer isso. Apenas pessoas irresponsáveis cometem esse crime contra chefes de Estado de duas grandes nações. Fazê-lo é um desrespeito à pessoa humana, à nação e ao povo de ambos os países”, disse ele, acrescentando que a pena para o crime seria de até 2 anos de prisão.

Neste domingo, o cronista da Folha escreveu um artigo intitulado “Saída para Trump: matar-se”. É a maneira do presidente dos EUA, segundo Ruy, virar “um herói, um mártir, um ícone eterno para seus seguidores idiotizados”.

Noblat compartilhou um trecho sem aspas: “Se Trump optar pelo suicídio, Bolsonaro deveria imitá-lo. Mas para que esperar pela derrota na eleição? Por que não fazer isso hoje, já, agora, neste momento? Para o bem do Brasil, nenhum minuto sem Bolsonaro será cedo demais”.

A própria Veja, que o emprega, reclamou. Ele acabou dando uma justificativa.

“Deu a louca em muita gente”, escreveu, talvez se referindo os panacas que, em tese, o editam na revista.

 

“Não desejo a morte de ninguém. Minha religião o impediria. Mas ao fazer, como faço aqui, um clipping diário da mídia, não posso nem devo ignorar o que me pareça que repercutirá, mais ainda quando publicado em um grande jornal. Seria uma forma odienta de autocensura”.

Cascata.

O Twitter apagou a postagem por violação de suas regras após denúncias de bolsonaristas.

Noblat está se repetindo.

Em 24 de agosto de 2015, aniversário da morte de Getúlio Vargas com um tiro auto-infligido no peito, ele fez algo parecido com Dilma Rousseff.

“Dilma ainda tem uma chance de sair do governo p/ entrar para a História. Se não aproveitar, não terá sido por falta de aviso”, provocou.

Diante da repercussão, alegou que foi mal interpretado.

“Vejo que se aproveitaram [do meu tweet] para dizer que sugeri a morte de Dilma. Se ela renunciasse, garantiria seu nome na História, como Bento XVI. Não o fazendo, merecerá uma nota de pé de página”, declarou.

Cavalo velho não aprende truque novo.