O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) reagiu com irritação à aproximação do prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PSD), com o PL. A possível aliança para as eleições de 2026 tem provocado desconforto dentro da sigla que abriga o clã Bolsonaro.
Paes, aliado do presidente Lula, busca ampliar seu campo de apoio, mas enfrenta resistência entre os bolsonaristas. “Não fui consultado e acredito que o eleitor de direita no Rio, o mais importante para uma decisão dessa, também não foi”, escreveu Flávio no X.
O senador questionou a viabilidade da aproximação entre os dois campos políticos: “Alguém me explica como dá pra ser palanque de Bolsonaro e Lula ao mesmo tempo? Ser contra e a favor de traficante? Ser contra e a favor de aborto?”.
Vi na imprensa, algumas horas atrás, que o PL no Rio de Janeiro estaria junto com Eduardo Paes em 2026.
Não fui consultado e acredito que o eleitor de direita no Rio, o mais importante para uma decisão dessa, também não foi.
Alguém me explica como dá pra ser palanque de… pic.twitter.com/LaaqZVH3jy
— Flavio Bolsonaro (@FlavioBolsonaro) October 27, 2025
A declaração foi publicada após Paes sinalizar, no sábado (25), abertura para um diálogo com o PL durante o evento de filiação do deputado federal Luciano Vieira ao PSDB. Em resposta a declarações do presidente municipal do PL, Bruno Bonetti, que condicionou o apoio do partido a uma aliança com Bolsonaro, Paes afirmou: “Eu não tenho dúvida de que vamos estar juntos, mas por um só amor. Por amor ao estado do Rio de Janeiro”.
Nos bastidores, o comentário de Paes foi visto como um aceno político ao governador Cláudio Castro, com quem vem mantendo conversas reservadas, segundo o jornal O Globo. Após meses de atrito, os dois passaram a dividir eventos públicos e demonstrar gestos de cordialidade.
Há rumores de um “pacto de não agressão” entre ambos, desde que Castro permaneça no governo até o fim do mandato e não dispute o Senado em 2026. Flávio diz que o PL segue “testando alguns nomes fortes” para disputar o governo do Rio.
A movimentação do partido tem sido mais concentrada, no entanto, na escolha de um nome competitivo para o Senado, diante da ausência de uma liderança clara no campo da direita fluminense.