Celso Amorim, assessor para Assuntos Internacionais da Presidência da República, afirmou que não vê motivos para os brasileiros na Faixa de Gaza serem excluídos das listas de estrangeiros liberados para atravessar a fronteira. Ele diz que o governo federal tem intensificado conversas com autoridades de vários países para solucionar o problema.
“A situação está muito complexa, sem luz no fim do túnel. Não houve uma explicação para a não inclusão de brasileiros. Simplesmente foram dando prioridade a outros países”, afirmou Amorim ao jornal O Globo. Ele diz que está há mais de duas semanas pedindo a liberação e chama a situação de “absurda”.
“Vamos esperar que haja uma decisão rápida. Estamos há mais de 15 dias pedindo a liberação. Não há razão para qualquer suspeita. Se houvesse algum problema com algum dos nacionais, poderiam ter falado logo. É uma situação absurda, em que há 15 crianças em um grupo de 32 pessoas”, prosseguiu.
O assessor relata que conversou com Jake Sullivan, conselheiro de Segurança Nacional dos Estados Unidos, no último sábado (4) para pedir a ajuda do país na liberação dos brasileiros. No dia anterior, o chanceler israelense Eli Cohen afirmou ao ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, que os brasileiros receberão autorização para atravessar a fronteira até quarta (8).
Vieira já conversou com o chanceler israelense três vezes e ao menos cinco com o ministro das Relações Exteriores do Egito, Sameh Shoukry. Ele também falou por telefone com o primeiro-ministro e ministro das Relações Exteriores do Qatar, Mohammed bin Abdulrahman al-Thani, e com o chefe da diplomacia dos Estados Unidos, Antony Blinken.
O presidente Lula também tem conversado com representantes israelenses, egípcios e da Autoridade Nacional Palestina (ANP).
Brasileiros ficaram fora de listas para deixar Gaza por quatro vezes seguidas. No último sábado, 571 estrangeiros de países como Estados Unidos, Reino Unido, Itália, Indonésia, Alemanha e México receberam autorização para sair do território. O grupo de 34 brasileiros, no entanto, permanece aguardando sinal verde para repatriação.