Não são antifascistas, mas os aceito na luta para derrubar Bolsonaro. Por Luis Felipe Miguel

Atualizado em 3 de junho de 2020 às 8:15
FHC e Huck

Publicado originalmente no perfil de Facebook do autor

POR LUIS FELIPE MIGUEL, cientista político

Pelos números oficiais, já passamos das 30 mil mortes pelas quais o capitão ansiava.

O que dá ódio, tristeza e medo é isso: ele nunca disfarçou. Ele sempre foi o que é. Ele sempre escolheu a violência e a morte.

E foi isso que 58 milhões de brasileiros escolheram. Entre eles, William Bonner, Luciano Huck, Armínio Fraga e tantos outros “antifascistas” de agora.

Não estou falando de gente que apoiou o golpe e os retrocessos da era Temer, mas, quando a opção ficou entre Bolsonaro e Haddad, teve ao menos a dignidade de apoiar Haddad – como Demétrio Magnoli ou Cristovam Buarque.

Não são meus companheiros, mas dou a eles esse crédito: souberam identificar em Bolsonaro o adversário absoluto.

Estou falando de quem chegou no final de outubro dizendo que “a escolha era muito difícil”, mas que, afinal, a prioridade era liquidar o petê.

E que ainda hoje não é capaz de se olhar no espelho e reconhecer que fez algo inadmissível.

Acho que tem que juntar todo mundo para derrubar Bolsonaro, sem exigir nenhum atestado de bons antecedentes. Não tenho dúvida disso.

Mas não me venham dizer que esse pessoal é antifascista. E, muito menos, adaptar nossa agenda para que se torne palatável a eles.