A Polícia Federal prendeu Sarneyzinho do Maranhão (foto), que nem no Maranhão sabem direito quem é. Sarneyzinho se chama Antonio José Santos Saraiva e era ligado ao PSDB, do qual foi expulso.
Mas o preso não é nada. É do quinto time de fascistas do Estado, da mesma turma que ameaça ministros do Supremo, prometem impedir a posse de Lula e, se possível, até matá-lo.
Sarneyzinho é um chinelão entre tantos patriotas que merecem ser presos. Depois dele, muitos outros irão parar na cadeia.
É o que deve ser feito, mas não é tudo. A prisão da chinelagem do bolsonarismo é o possível e o necessário hoje, como medida de contenção.
Mas não basta. Em algum momento, será preciso pegar gente do primeiro time do fascismo. É o que terá de acontecer mais adiante, sob pena de só os manés serem presos.
Pegar os grandões só será possível quando Ministério Público e Judiciário se derem conta de que é possível seguir em frente, e que a tarefa é de todos, e não só de Alexandre de Moraes.
Pegar os grandões significa testar a capacidade de reação de um sistema de Justiça que se encolheu diante dos desmandos dos justiceiros do lavajatismo e depois se apequenou ainda mais diante da chegada do fascismo ao poder.
Já estão pegando manés, pegaram Sarneyzinho e pegaram bandidos com fuzis em Santa Catarina, mas ainda terão de pegar os grandões. Ainda não dá pra pegar todos.
Os fascistões, os articuladores e ativistas que estão muito acima dos simples financiadores de acampamentos, do pagamento de banheiros químicos e do churrasco e da cerveja nas aglomerações na frente dos quartéis, esses continuam impunes.
Os fascistões serão pegos nas últimas etapas do cerco aos articuladores do golpe. Deverão ser presos, e não só processados.
Deverão ser encarcerados, como foram para o cárcere os fascistas alemães que também tramavam golpes.
Não há como tergiversar e apenas investigar e abrir demorados processos contra os grandes fascistas. Alguns deles, tão ameaçadores quanto Sarneyzinho, terão de ser enjaulados.
Porque assim funciona a Justiça em situações urgentes e extremas. Conter os fascistas é muito mais do que criar a expectativa de quem um dia venham a ser condenados.
É preciso contê-los. O Brasil espera a prisão dos fascistões como obrigação do sistema de Justiça em defesa da democracia.
O país somente terá a sensação e a certeza de que caminha para a normalidade quando os que ameaçaram com o golpe estiverem na cadeia.
Não há como tentar acalmar o país sem a prisão dos líderes das tentativas de golpe.
Não se contentem com os Sarneyzinhos. Não tentem convencer o Brasil de que tudo estará resolvido com a prisão de patriotas sem grife.
Peguem o fascistão, o sujeito com poder econômico. Peguem um, dois ou mais fascistões. E eles não são apenas os que estiveram no entorno de Bolsonaro em Brasília nesses quatro anos.
Os fascistões que incitaram caminhoneiros e manés para o golpe são também grandes empresários que agiram descaradamente contra a eleição, contra o Supremo, contra a Constituição e contra a posse de Lula.
Peguem os fascistões, quando for possível pegá-los, mas peguem.
Publicado originalmente em Blog do Moisés Mendes