“Não sou preto”: é a primeira vez que Neymar reage a insultos racistas que ouviu a vida toda em campo

Atualizado em 13 de setembro de 2020 às 20:41
Neymar discute com o espanhol González no clássico PSG X Olympique de Marselha

Neymar foi expulso na derrota por 1 a 0 do PSG contra o Olympique de Marselha neste domingo.

Foi flagrado dando um tapa na cabeça do espanhol Álvaro González. Era o revide de um suposto insulto racista durante a partida.

González teria chamado Neymar de “macaco” num bate-boca.

O brasileiro rebateu repetindo “racismo no”. Vingou-se no fim.

No Twitter, escreveu que “único arrependimento que tenho é por não ter dado na cara desse babaca”.

“VAR pegar a minha ‘agressão’ é mole … agora eu quero ver pegar a imagem do racista me chamando de ‘MONO HIJO DE PUTA’ (macaco filha da puta)”.

Não há registro em vídeo do xingamento, mas é a primeira vez que Neymar reage desta maneira a uma agressão do tipo.

Há dez anos, Sonia Racy, do Estadão, lhe perguntou se ele já tinha sido vítima de racismo.

“Nunca. Nem dentro e nem fora de campo. Até porque eu não sou preto, né?”, respondeu.

Em 2016, a torcida do Espanyol o atacou durante um jogo contra o Barcelona.

“Não escutei os gritos. Não escuto as coisas fora do campo, só jogo futebol”, falou depois.

Em 2011, a seleção brasileira enfrentava a Escócia em amistoso em Londres.

Ele disputava uma bola na linha de fundo quando lhe atiraram uma banana.

O racista foi identificado e punido, horas depois. Neymar se calou.

Em 2014, torcedores do Barça grunhiram como macacos passando por ele.

“Tem horas que a caminhada é difícil”, limitou-se a lamentar.