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Por Moisés Mendes
Se a participação de Eduardo Pazuello na festa dos motoqueiros da extrema direita no Rio foi considerada normal, isso significa que ele pode e deve estar em São Paulo e Porto Alegre.
O desfile na capital paulista será no dia 12 de junho. No dia 10 de julho, Bolsonaro estará em Porto Alegre. A disputa entre bolsonaristas agora é para saber quem vai levar mais motoqueiros às ruas.
Desde a briga com Sergio Moro, Bolsonaro não consegue levar mais ninguém a pé a manifestações. É um fiasco em toda parte.
O bolsonarista saía de casa para ir a ajuntamentos na Avenida Paulista e em praças pelo país para saudar o justiceiro de Curitiba. Ninguém erguia cartazes e faixas para Bolsonaro, só para Sergio Moro.
Os desfiles de motoqueiros são uma descoberta, a eureka do bolsonarismo. Porque salvam Bolsonaro do vexame de não conseguir ninguém de outro jeito.
Motoqueiros vão a todo tipo de desfile, principalmente os religiosos, de Nossa Senhora Aparecida, da Medianeira, de Navegantes.
Motoqueiros de direita adoram sair em turma para saudar santos. Em São Paulo, vão chamar o desfile de marcha “Acelera Para Cristo”. Vai substituir a Marcha para Jesus, o grande ato evangélico que mobiliza milhares de pessoas, mas foi cancelado por causa da pandemia.
Motoqueiros, Bolsonaro, Pazuello e o pessoal do entorno de Bolsonaro amam Jesus e festas religiosas. É uma marca da extrema direita que tem a fé acima de tudo.
Pazuello é um homem de fé e não pode amarelar. Se a participação no que eles chamam de motociata, no Rio, for a única, sem uma outra repetição, ficará ruim para o comando do Exército.
Porque, não aparecer em São Paulo e em Porto Alegre, ficará claro que a presença do ministro da cloroquina no Rio não teve nada de normalidade.
O general intendente precisa ratificar a posição dos militares que julgaram sua conduta e aparecer, sem medo, nos atos com motoqueiros paulistas e gaúchos.
Ele precisa provar, com sua presença nos dois atos, que é de fato inocente e se sente inocente, porque não ofendeu os regulamentos do Exército.
Paulistas e gaúchos estão pedindo. Não te mixa, Pazuello.