“Não temos provas, mas convicção”: o powerpoint de Dallagnol nos jogou de vez no Paraguai. Por Kiko Nogueira

Atualizado em 15 de setembro de 2016 às 20:04

Captura de Tela 2016-09-14 às 18.14.00

Este artigo foi atualizado. A frase do procurador Deltan Dallagnol, dita à GloboNews, é: “Provas são pedaços da realidade que geram convicção sobre um determinado fato ou hipótese”. Ou seja, continua enrolando.

 

O show de Deltan Dallagnol na denúncia contra Lula teve como ápices uma confissão e uma apresentação em power point que resumem a tibieza dos argumentos.

Com um discurso recheado de chavões vazios, copiados de colunistas de direita, absolutamente político, o líder da força tarefa da Lava Jato, que apresenta em igrejas evangélicas suas soluções para a corrupção, falou que Lula é “o grande general que determinou a realização e a continuidade da prática dos crimes”.

É também o “comandante máximo do esquema de corrupção identificado no petrolão”. Fazendo uma conta de chegada o esquema na Petrobras movimentou 6,2 bilhões de reais em propinas.

Lula estava, diz ele, “no topo da pirâmide do poder”.

A fim de aparecer para as câmeras e, quem sabe, ganhar uma palavra dicionarizada como “petralha”, tudo era parte de “um quadro muito maior chamado “propinocracia”.

O ex-presidente “escolhia os nomes para os altos cargos do governo” e “é o verdadeiro maestro desta orquestra criminosa”.

No diagrama vagabundo que faria corar o gerente de marketing das Casas Tamakavy, várias bolinhas com setas apontavam para um círculo com o nome de Lula. Eram preenchidas com juízos de valor e expressões idiotas como “reação de Lula” (!?).

O powerpoint rendeu uma série de paródias muito boas e muito mais reveladoras do que o original. Depois de seu solo de guitarra de quatro horas, com ampla cobertura da Globo News e seus colunistas em êxtase, ele finalmente foi ao que interessa quando respondeu a um jornalista na coletiva: “Não temos como provar. Mas temos convicção”.

Espera um pouco.

Transformaram o Brasil no Paraguai. O golpe chega a seu real objetivo. A derrubada de Dilma era um pit stop. Trata-se de  tirar Lula da disputa de 2018. E aí vale tudo.

 

1 2 3 4 5 16 7 8