Não verás país nenhum tão cedo: em guerra com o STF, Bolsonaro cogita orientar Weintraub a não depor

Atualizado em 27 de maio de 2020 às 19:40
Alexandre de Moraes e Bolsonaro em outros tempos

Bolsonaro convocou uma reunião extraordinária de ministros no Palácio do Planalto para discutir uma resposta ao STF.

A  operação da Polícia Federal que teve como alvos blogueiros e empresários bolsonaristas não caiu bem e a reação está sendo estudada.

Ministros e assessores criticaram Moraes.

Abraham Weintraub fez uma comparação canalha com Noite dos Cristais, um pogrom na Alemanha nazista que destruiu lojas, edifícios e sinagogas judaicas em 1938.

Uma das possibilidades debatidas o é a recusa de Weintraub de comparecer ao depoimento determinado pelo ministro Alexandre de Moraes para esclarecer ataques que fez aos juízes do Supremo.

A proposta será levada pelo Gabinete de Segurança Institucional do general Heleno e discutida por gente da área jurídica.

Weintraub é o desqualificado que aparece no vídeo falando que “botava esses vagabundos todos na cadeia, começando no STF”.

O depoimento foi determinado na terça-feira, 26, por Moraes no âmbito do inquérito das fake news, em cujo âmbito a PF realizou os mandados desta quarta.

Bolsonaro cogita também renomear Alexandre Ramagem como diretor-geral da PF, vetado pelo mesmo Moraes. O ministro da Educação ainda foi convocado a depor no Senado.

Uma coisa é certa: a paz não está no horizonte do Brasil.

Não há ninguém realmente disposto a conversar. Rodrigo Maia, que poderia ser um mediador, é um covarde que ninguém respeita.

Paradoxalmente, essa é uma vitória de Bolsonaro.

O caos lhe interessa — um Nero incompetente que se alimenta da morte, da confusão e da mentira e cospe perdigotos enquanto o circo pega fogo.

Não verás país nenhum tão cedo. Para quem não quiser esperar, o aeroporto é sempre uma saída.