Nas últimas semanas, Fernando Villavicencio denunciou ameaças de organização criminosa

Atualizado em 9 de agosto de 2023 às 23:53
Fernando Villavicencio posando para foto
Fernando Villavicencio era um dos oito candidatos à Presidência do Equador – Reprodução

Dias antes de ser assassinado, o candidato à presidência do Equador, Fernando Villavicencio, afirmou que estava sendo ameaçado por Alias Fito. O homem, cujo nome verdadeiro é José Adolfo Macias Villamar, é o líder de um grupo criminoso conhecido como Los Choneros e está detido desde 2012, com uma sentença de 34 anos de prisão por crimes como homicídio e tráfico de drogas.

De acordo com a imprensa local, o cartel já estava sendo investigado pela Procuradoria Geral do Estado. As retaliações ao político teriam começado quando ele manifestou repúdio a grupos criminosos. De acordo com um relato feito pelo presidenciável, todos os seus passos estavam sendo monitorados e ele recebia ligações telefônicas intimidadoras.

O candidato, que afirmou ter decidido continuar sua campanha eleitoral mesmo após ser ameaçado, tinha 59 anos e foi morto com três tiros. O crime aconteceu por volta das 18h (horário local) desta quarta-feira (9), enquanto ele encerrava um compromisso na capital do país, Quito.

O membro do Movimento Construye chegou a ser encaminhado para a Clínica da Mulher, hospital mais próximo do Colégio Anderson, onde tudo aconteceu, mas não resistiu aos ferimentos na cabeça e morreu no centro de saúde.

Villavicencio era um dos oito candidatos das eleições presidenciais, que acontecerão no próximo dia 20. Atualmente, o país enfrenta um aumento da violência relacionada ao tráfico de drogas.

A polícia equatoriana ainda tenta localizar os responsáveis pelo ataque e as ruas ao redor do colégio foram fechadas. Oficialmente, não se sabe quantas pessoas ficaram feridas, mas o Jornal Universo informou que fontes próximas à equipe do político já contam oito feridos. Sete estão internados na mesma clínica para onde ele foi levado.

O presidente do Equador, Guillermo Lasso, confirmou a morte de Fernando Villavicencio em suas redes sociais e se definiu “indignado e chocado”. “Minha solidariedade e minhas condolências a sua esposa e filhas. Por sua memória e sua luta, asseguro que este crime não vai ficar impune”, escreveu o chefe do governo.

O político era um ex-sindicalista da empresa estatal de petróleo Petroecuador. Em sua atuação como jornalista, publicou denúncias sobre os maus negócios feitos pela companhia e depois se elegeu como deputado federal.

Villavicencio se declarava defensor das causas sociais indígenas e dos trabalhadores, se consolidando como adversário do ex-presidente Rafael Correa. Em 2014, chegou a ser condenado a 18 meses de prisão sob a acusação de ter cometido crime de injúria contra o rival.

Ele afirmava que Correa havia ordenado que o hospital da polícia fosse invadido por homens armados em uma época em que acontecia uma rebelião de policiais e foi para o Peru como exilado político.

Fernando Villavicencio deixa a esposa, Verónica Sarauz, e cinco filhos.

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