
Os Estados Unidos não enviarão autoridades de alto nível para a COP30, a cúpula climática da ONU, que ocorrerá no Brasil, conforme informou uma fonte da Casa Branca à Reuters. O anúncio tranquiliza líderes mundiais, que temiam que Washington pudesse interferir nas negociações. A cúpula será sediada pelo Brasil, que também receberá uma reunião de líderes antes do início das negociações em Belém.
Recentemente, os EUA ameaçaram aplicar sanções e restrições de vistos a países que apoiassem um plano da Organização Marítima Internacional (IMO) para reduzir emissões de gases do transporte marítimo. A pressão americana levou à decisão de adiar, por um ano, a implementação de um preço global de carbono para o setor.
A Casa Branca lembra que, em seu discurso na Assembleia Geral da ONU, o presidente Donald Trump chamou a mudança climática de “o maior golpe do mundo” e criticou políticas climáticas que, segundo ele, oneram as economias dos países.

O governo Trump tem priorizado acordos bilaterais de energia, buscando aumentar as exportações de gás natural liquefeito (GNL) com países como a Coreia do Sul e a União Europeia. Além disso, o secretário de Energia dos EUA, Chris Wright, afirmou que há potencial para um comércio substancial de energia entre os EUA e a China.
O presidente norte-americano anunciou sua retirada do Acordo de Paris, com efeito previsto para 2026, mas os EUA ainda poderão participar da COP30. No início do ano, o governo também pressionou por um acordo que não limite a produção de plásticos.
Ainda à Reuters, um porta-voz da Casa Branca afirmou que “a maré está mudando” na priorização da mudança climática, citando uma fala do bilionário e filantropo e investidor de longa data Bill Gates, para disse que agora é hora de deixar de se concentrar no cumprimento das metas de temperatura global e que a mudança climática “não levará à extinção da humanidade”.