Nem Trump salvou: atos pró-Bolsonaro fracassam e viram piada nas redes

Atualizado em 20 de julho de 2025 às 18:54
Manifestação em Brasília. Foto: Reprodução

Apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) realizaram atos neste domingo (20) em Brasília, São Paulo, Rio de Janeiro e Blumenau, em resposta à operação da Polícia Federal que impôs medidas restritivas ao ex-mandatário, incluindo o uso de tornozeleira eletrônica. De novo passaram vergonha.

Apesar da convocação feita por parlamentares aliados e ex-integrantes do governo, os protestos tiveram baixa adesão e ficaram muito aquém do esperado pelos organizadores.

Na capital federal, a concentração começou às 9h em frente ao Banco Central, com estimativa inicial da Polícia Militar do DF de cerca de 150 pessoas. A deputada federal Bia Kicis (PL-DF) e a senadora Damares Alves (Republicanos-DF) participaram do ato. A vice-governadora Celina Leão (Progressistas) também marcou presença. Manifestantes vestiam roupas nas cores verde e amarela e carregavam faixas em defesa da “liberdade de expressão” e contra o STF.

A manifestação foi batizada de “Brasília vai caminhar, pela Liberdade, pela Democracia e pela Verdade” e foi organizada nas redes sociais por Bia Kicis e pelo ex-desembargador Sebastião Coelho. Durante o discurso, Kicis criticou o recesso parlamentar e pediu que os deputados “retornem ao trabalho” diante da crise envolvendo Bolsonaro. Impedido pelas medidas cautelares de deixar sua residência aos fins de semana, o ex-presidente não compareceu.

Além de Brasília, pequenos grupos de manifestantes se reuniram em frente ao MASP, na Avenida Paulista, em São Paulo, na orla de Copacabana, no Rio de Janeiro, e em Blumenau (SC). Nas três cidades, a adesão foi igualmente modesta, com registros de poucas dezenas de participantes. Não houve bloqueios de vias nem ocorrências registradas pela polícia.

As manifestações ocorrem dois dias após Bolsonaro ser alvo de uma nova operação da Polícia Federal, autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, no âmbito do inquérito que apura tentativa de obstrução à Justiça e uso de redes para ataques às instituições. O ex-presidente foi proibido de utilizar redes sociais e impedido de manter contato com o filho, Eduardo Bolsonaro, que está nos Estados Unidos.

Com a ausência de Bolsonaro e a baixa mobilização popular, os atos expõem a fragilidade do apoio popular ao ex-presidente neste momento delicado. O distanciamento de setores do Centrão e a insatisfação do agronegócio com o tarifaço de Trump também contribuem para o isolamento político do ex-mandatário, cuja permanência como liderança da direita em 2026 passou a ser questionada até por aliados.