“A Lava-Jato nunca foi amiga do Bolsonaro, assim como nunca foi inimiga de Eduardo Cunha, de Lula ou da Odebrecht. Nenhum agente da Lava-Jato apoiou a candidatura de Jair Bolsonaro”, disse Dallagnol no Twitter.
Mentira.
Em agosto de 2019, o procurador Carlos Fernando dos Santos Lima, que integrava a turma, participou de um debate com o advogado Walfrido Warde no programa “GloboNews Painel”, da jornalista Renata Lo Prete.
Carlos Fernando assumiu que a operação tinha um candidato e era, claro, Jair Bolsonaro.
Falou o seguinte:
— Infelizmente, no Brasil, nós vivemos um maniqueísmo, né? Então nós chegamos… Inclusive, no sistema de dois turnos, faz com que as coisas aconteçam dessa forma. É evidente que, dentro da Lava Jato, dentro desses órgãos públicos, de centenas de pessoas, existem lavajatistas que são a favor do Bolsonaro. Muito difícil seria ser a favor de um candidato que vinha de um partido que tinha o objetivo claro de destruir a Lava Jato. Seria muito difícil acreditar que…
— Você está se referindo a Fernando Haddad?”, pergunta Renata.
— A Fernando Haddad, obviamente. Então nós vivemos este dilema: entre a cruz e a caldeirinha; entre o diabo e o coisa ruim, como diria o velho Brizola. Nós precisamos parar com isso. Nós realmente temos que ter opções. Infelizmente, um lado escolheu o outro. E, naturalmente, na Lava Jato, muitos entenderam que o mal menor era Bolsonaro. Eu creio que essa era uma decisão até óbvia, pelas circunstâncias que Fernando Haddad representava justamente tudo aquilo que nós estávamos tentando evitar, que era o fim da operação. Agora, infelizmente, o Bolsonaro está conseguindo fazer.
Eu ia escrever que Dallagnol precisa parar de tratar os outros como trouxas, mas não vou me dar ao trabalho.
A Lava-Jato nunca foi amiga do Bolsonaro, assim como nunca foi inimiga de Eduardo Cunha, de Lula ou da Odebrecht. Nenhum agente da Lava-Jato apoiou a candidatura de Jair Bolsonaro. https://t.co/YsIjYuVtkH
— Deltan Dallagnol (@deltanmd) July 3, 2020