
O adolescente português de 17 anos acusado de comandar ataques neonazistas pela internet será julgado em fevereiro, segundo denúncia do Ministério Público de Portugal.
A acusação sustenta que o jovem ordenou ações violentas que resultaram na morte da estudante de 17 anos, brasileira Giovanna Bezerra da Silva, além de outros crimes planejados em ambiente virtual. O processo corre sob sigilo parcial por envolver menor de idade.
De acordo com o MP, o adolescente atuava como articulador de um grupo extremista, disseminando propaganda nazista e incentivando crimes de ódio em plataformas digitais. A investigação aponta que ele teria arquitetado ao menos sete assassinatos, orientando executores à distância e acompanhando o andamento das ações.
As autoridades portuguesas afirmam que o planejamento dos ataques partia de duas cidades do norte do país, Santa Maria da Feira e Gondomar, na região metropolitana do Porto. Era nesses locais que viviam os pais do acusado, que são divorciados, e de onde ele mantinha contato com integrantes do grupo.

Um dos crimes mais graves atribuídos ao esquema ocorreu em 2023, na Escola Estadual Sapopemba, na zona leste de São Paulo. Na ocasião, a estudante Giovanna Bezerra da Silva, foi morta a tiros dentro da unidade de ensino, em um ataque que chocou o país.
Segundo a denúncia, o autor dos disparos foi um adolescente de 16 anos, que utilizou a arma do próprio pai. As investigações indicam que o jovem brasileiro teria agido após receber instruções diretas do acusado português, repassadas pela internet.
Além do ataque em São Paulo, o Ministério Público afirma que outros massacres chegaram a ser encomendados, mas acabaram frustrados antes de serem executados. Esses planos também teriam sido coordenados à distância, com o uso de canais digitais para comunicação e incentivo à violência.
As apurações revelam ainda que o adolescente português utilizava a plataforma Discord para organizar o grupo, trocar mensagens com seguidores e transmitir conteúdos violentos. Entre eles, estariam registros de crueldade contra animais, usados como forma de exaltação da violência e radicalização.