Neonazista português vai a julgamento por planejar massacre no Brasil

Atualizado em 31 de dezembro de 2025 às 18:08
Ministério Público de Portugal. Foto: Divulgação

O adolescente português de 17 anos acusado de comandar ataques neonazistas pela internet será julgado em fevereiro, segundo denúncia do Ministério Público de Portugal.

A acusação sustenta que o jovem ordenou ações violentas que resultaram na morte da estudante de 17 anos, brasileira Giovanna Bezerra da Silva, além de outros crimes planejados em ambiente virtual. O processo corre sob sigilo parcial por envolver menor de idade.

De acordo com o MP, o adolescente atuava como articulador de um grupo extremista, disseminando propaganda nazista e incentivando crimes de ódio em plataformas digitais. A investigação aponta que ele teria arquitetado ao menos sete assassinatos, orientando executores à distância e acompanhando o andamento das ações.

As autoridades portuguesas afirmam que o planejamento dos ataques partia de duas cidades do norte do país, Santa Maria da Feira e Gondomar, na região metropolitana do Porto. Era nesses locais que viviam os pais do acusado, que são divorciados, e de onde ele mantinha contato com integrantes do grupo.

Giovanna Bezerra da Silva foi socorrida, porém não resistiu aos ferimentos. Foto: Reprodução

Um dos crimes mais graves atribuídos ao esquema ocorreu em 2023, na Escola Estadual Sapopemba, na zona leste de São Paulo. Na ocasião, a estudante Giovanna Bezerra da Silva, foi morta a tiros dentro da unidade de ensino, em um ataque que chocou o país.

Segundo a denúncia, o autor dos disparos foi um adolescente de 16 anos, que utilizou a arma do próprio pai. As investigações indicam que o jovem brasileiro teria agido após receber instruções diretas do acusado português, repassadas pela internet.

Além do ataque em São Paulo, o Ministério Público afirma que outros massacres chegaram a ser encomendados, mas acabaram frustrados antes de serem executados. Esses planos também teriam sido coordenados à distância, com o uso de canais digitais para comunicação e incentivo à violência.

As apurações revelam ainda que o adolescente português utilizava a plataforma Discord para organizar o grupo, trocar mensagens com seguidores e transmitir conteúdos violentos. Entre eles, estariam registros de crueldade contra animais, usados como forma de exaltação da violência e radicalização.

Guilherme Arandas
Guilherme Arandas, 27 anos, atua como redator no DCM desde 2023. É bacharel em Jornalismo e está cursando pós-graduação em Jornalismo Contemporâneo e Digital. Grande entusiasta de cultura pop, tem uma gata chamada Lilly e frequentemente está estressado pelo Corinthians.