Nervosismo, ofensas e palavrões: o que cada presente disse durante reunião golpista com Bolsonaro

Atualizado em 10 de fevereiro de 2024 às 7:58
Jair Bolsonaro falando e gesticulando em reunião
Jair Bolsonaro em registro de reunião – Reprodução

Nesta sexta-feira (9), o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), quebrou o sigilo da gravação de uma reunião do alto escalão do governo do ex-presidente Jair Bolsonaro. No encontro, o político e seus ministros falam supostamente sobre a “dinâmica de golpe” em caso da vitória de Luís Inácio Lula da Silva nas eleições presidenciais. O momento aconteceu em 5 de julho de 2022, no Palácio do Planalto.

O registro foi aprendido no computador do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, e o encontro foi o mote para que a Polícia Federal montasse a operação Tempus Veritatis para investigar o caso.

Nas imagens, Bolsonaro afirma que era preciso “reagir” antes das eleições porque não haveria “dúvidas de que a esquerda” venceria em virtude de supostas fraudes no sistema de votação. “Eu vou entrar em campo usando o meu Exército, meus 23 ministros”, disse ele, em outro momento.

O ex-presidente foi corroborado pelos colegas e, de acordo com as transcrições da Polícia Federal e das imagens da reunião obtidas pelo jornal O Globo, mais oito pessoas pediram a palavra de modo mais substancial.

Foram eles: General Augusto Heleno, do GSI, o ex-secretário geral da República Mário Fernandes, o ex-ministro da CGU Wagner Rosário, ex-ministro da Justiça Anderson Torres, o deputado federal Filipi Barros, ex-ministro da Defesa Paulo Sérgio Nogueira e ex-advogado-geral da União, Bruno Bianco.

Saiba o que cada um disse na reunião

General Augusto, que era chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), defendeu que era preciso agir ainda antes das eleições “contra determinadas instituições e determinadas pessoas”.

Mário Fernandes, Secretario-geral da República, queria que o TSE autorizasse que os três Poderes acompanhassem a apuração das eleições e falou em “uma alternativa se isso não acontecer”.

Wagner Rosário, do CGU, completou a fala do colega e afirmou que o órgão não tinha competência técnica para participar da Comissão de Transparência das Eleições e pediu apoio da PF e das Forças Armadas.

Ex-ministro da Justiça, Anderson Torres reforçou que os integrantes do governo iriam “se foder” em caso de uma vitória de Lula e citou que o cenário era “ameaçador”.

Deputado federal, Filipe Barros afirmou que um servidor do TSE demorou a entregar dados do sistema de votação depois de um suposto ataque hacker.

O ex-ministro da defesa Paulo Nogueira contou que estava “na linha de contato com o inimigo” devido à participação das Forças Armadas na Comissão de Transparência das Eleições.

Bruno Bianco, que foi advogado-geral da União, argumentou que houvesse um movimento político para que o grupo tivesse ‘alguém na apuração’ das eleições presidenciais de 2022.

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