
O governo de Israel anunciou, nesta terça-feira (28), que o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu ordenou “ataques poderosos” na Faixa de Gaza, uma decisão que quebra o cessar-fogo em vigor desde 9 de outubro. A medida ocorreu após uma reunião do governo israelense sobre a entrega de restos mortais de reféns feita pelo Hamas.
A ordem para os ataques foi dada de forma imediata e suspende as restrições que as Forças de Defesa de Israel (IDF) estavam cumprindo até então. O governo de Israel informou que um corpo entregue ontem não era de um dos 13 reféns ainda não retornados, mas sim de um refém já entregue anteriormente.
Com a decisão de retomar os bombardeios, as IDF receberam autorização para avançar além da linha pré-determinada pelo acordo mediado pelos Estados Unidos. A mudança foi realizada após uma avaliação do ministro da Defesa, Israel Katz. O exército israelense estava seguindo a linha definida no cessar-fogo, mas agora poderá atuar de forma mais agressiva.
O Hamas reagiu afirmando que encontrou um corpo de refém, mas que a entrega seria adiada devido às “violação israelenses”. O grupo extremista culpou Israel pelo atraso nas entregas dos corpos, afirmando que equipamentos necessários para retirar os escombros não haviam sido autorizados a entrar no enclave.
O grupo também acusou Israel de utilizar “falsos pretextos” para justificar a escalada de violência. O grupo afirmou que a retomada dos ataques israelenses dificultará ainda mais a busca e recuperação dos corpos. Além disso, ambos os lados têm trocado acusações de violação do cessar-fogo.

Israel afirma que o Hamas não cumpriu o acordo ao atrasar a entrega dos corpos dos reféns, enquanto a organização Islâmica acusa o país israelita de continuar bombardeando Gaza, o que resultou em mais de 90 mortos, incluindo palestinos e três soldados israelenses.
A troca de ataques e acusações tem enfraquecido o frágil acordo, com a situação se tornando mais volátil a cada dia. De acordo com Suhail al-Hindi, integrante do braço político do Hamas, o grupo está enfrentando dificuldades para recuperar os corpos dos reféns devido à falta de permissão para o uso de equipamentos pesados.
Ele reiterou o compromisso do Hamas com o acordo, destacando que não há intenção de ocultar ou atrasar a entrega dos corpos. No entanto, a retomada dos ataques por parte de Israel coloca em risco o cumprimento total do acordo de cessar-fogo.
Israel, por sua vez, afirmou que os ataques em Gaza são uma retaliação a uma violação prévia do acordo, alegando que membros do Hamas atacaram tropas israelenses em território palestino. Embora a decisão de retomar os bombardeios tenha sido tomada pelo Netanyahu, o governo israelense não deu uma justificativa oficial para a medida, além de afirmar que a ordem foi dada após consultas de segurança.
A escalada de violência ameaça desestabilizar ainda mais a região, colocando em risco a continuidade do frágil cessar-fogo. O governo de Israel também acusou o Hamas de devolver um conjunto de restos mortais que, segundo Israel, pertenciam a um refém já recuperado pelas tropas israelenses no início da guerra.