Netanyahu se desculpa após culpar os outros por invasão do Hamas a Israel

Atualizado em 29 de outubro de 2023 às 15:41
Primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu. Foto: Abir Sultan/AFP

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, culpou no sábado (28) o Exército e a inteligência interna do país pela falta de avisos prévios sobre o ataque surpresa do Hamas em 7 de outubro.

Em publicação no X (antigo Twitter), o líder israelense afirmou que “sob nenhuma circunstância” foi avisado sobre as intenções do Hamas.

Netanyahu ainda disse que “todos os oficiais de segurança, incluindo o chefe da inteligência militar e o serviço de inteligência interna do país, asseguraram que o Hamas estava intimidado e aguardava uma negociação”.

A publicação do premiê gerou conflito dentro de seu próprio Gabinete de Guerra. Entre os primeiros a criticar os comentários de Netanyahu estava Benny Gantz, ex-ministro da Defesa e líder do partido opositor.

Embora muitos altos funcionários, incluindo chefes militares e de segurança, bem como o ministro da Defesa, Yoav Gallant, tenham assumido alguma responsabilidade pelo despreparo de Israel, Netanyahu recusou-se a fazer o mesmo.

Essa postura contribuiu para uma queda adicional na confiança pública em sua liderança, que já estava abalada devido a questões anteriores. Netanyahu esteve no poder durante 14 dos últimos 16 anos.

As pesquisas de opinião realizadas desde 7 de outubro indicam uma confiança crescente nas Forças Armadas e uma queda significativa da fé nos funcionários governamentais.

Primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu, o ministro da Defesa, Yoav Gallant, e o ministro de gabinete Benny Gantz durante entrevista coletiva na base militar de Kirya em Tel Aviv. Foto: Abir Sultan/AFP

Em uma tentativa de demonstrar unidade, o governo realizou uma coletiva de imprensa no sábado com Netanyahu, Gallant e Gantz. Muitas das perguntas se concentraram na responsabilidade pelo ataque do Hamas.

Horas depois, Netanyahu tentou direcionar a culpa para o sistema de segurança, especificamente para os chefes da Inteligência militar e para a agência de segurança interna, Shin Bet.

O líder centrista da oposição, Yair Lapid, disse que Netanyahu “ultrapassou a linha vermelha” e que “enquanto os soldados e comandantes estão lutando valentemente contra o Hamas e o Hezbollah, ele está tentando culpá-los, em vez de apoiá-los”.

A líder do Partido Trabalhista, Merav Michaeli, escreveu que “enquanto nossos filhos estão comendo ração de guerra na Faixa de Gaza…Netanyahu fica em seu escritório, com charutos e champanhe, e culpa os comandantes do Exército pelo desastre do Simchat Torá”.

Em seguida, Netanyahu excluiu a postagem e pediu desculpas. “Eu estava errado. As coisas que eu falei não deviam ter sido ditas. Eu me desculpo por isso. Dou total apoio às lideranças das Forças Armadas”, escreveu.

Participe de nosso canal no WhatsApp, clique neste link
Entre em nosso canal no Telegram, clique neste link