Netanyahu transforma Nobel da Paz em farsa ao indicar Trump

Atualizado em 8 de julho de 2025 às 12:54
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, junto ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Foto: Divulgação

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, surpreendeu ao anunciar nesta segunda-feira (7) que indicou o ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ao Prêmio Nobel da Paz. A proposta foi entregue pessoalmente durante uma reunião com Trump na Casa Branca, onde Netanyahu entregou uma carta formalizando a recomendação.

Na justificativa enviada à organização norueguesa responsável pelo Nobel, o premiê israelense alegou que Trump teria feito “esforços” pela paz no Oriente Médio — uma afirmação que ignora os retrocessos diplomáticos e os conflitos agravados durante seu governo.

Embora nomeações ao Nobel da Paz possam ser feitas por autoridades governamentais e acadêmicas, a indicação feita por Netanyahu tem sido vista como um gesto simbólico e político. Até o momento, o comitê do Nobel não confirmou o recebimento da carta.

Prêmio Nobel da Paz. Foto: Divulgação

Além da controversa indicação de Trump ao Nobel da Paz, Benjamin Netanyahu usou o encontro com o ex-presidente dos EUA para defender abertamente a remoção de palestinos da Faixa de Gaza. O primeiro-ministro israelense afirmou que os dois governos estão “trabalhando juntos” para encontrar países dispostos a receber os deslocados — proposta que levanta alertas sobre limpeza étnica disfarçada de solução humanitária.

“Se as pessoas quiserem ficar, podem ficar, mas se quiserem sair, devem poder sair”, declarou Netanyahu, minimizando a destruição provocada por Israel no território palestino e sugerindo uma suposta busca por um “futuro melhor” para os civis afetados.

O encontro também tratou de um possível cessar-fogo entre Israel e o Hamas. Apesar das declarações otimistas de Trump sobre um acordo iminente, não houve avanços concretos nas negociações, enquanto os ataques seguem deixando milhares de mortos e deslocados em Gaza.

Outros temas abordados incluíram o envio de armamentos à Ucrânia e a reabertura de negociações com o Irã. Trump afirmou que, se reeleito, consideraria suspender as sanções contra Teerã, mas sem apresentar propostas concretas para uma saída diplomática sustentável.