Neymar tem chance de um fim digno no Santos após uma carreira decepcionante

Atualizado em 27 de janeiro de 2025 às 22:51
Neymar Jr. olhando para a câmera sem sorrir, de moletom bege, segurando bola de futebol dourada
O jogador de futebol Neymar Jr. – Reprodução/Redes Sociais

Neymar Jr., o menino dourado que surgiu na Vila Belmiro e prometia ser o herdeiro de Pelé, está prestes a completar 33 anos com uma carreira que, embora repleta de números impressionantes, é marcada por decepções e escolhas questionáveis. Após ser dispensado pelo Al-Hilal, da Arábia Saudita, o atacante se prepara para retornar ao Santos, clube que o revelou ao mundo.

O retorno à Baixada Santista pode ser uma oportunidade para um final de carreira digno, mas não apaga o fato de que Neymar está longe de ser o jogador que projetamos. E a culpa, em grande parte, é dele mesmo.

Quando Neymar deixou o Santos em 2013, rumo ao Barcelona, ele carregava consigo a esperança de se tornar o melhor jogador do mundo. E, por um breve momento, parecia que isso aconteceria. Ao lado de Messi e Suárez, formou o lendário trio MSN, conquistou a Champions League e encantou o mundo com seu futebol irreverente.

No entanto, sua decisão de deixar o Barça em 2017, em uma transferência polêmica para o Paris Saint-Germain (PSG) por € 222 milhões, marcou o início de um declínio que não se deve apenas a lesões, mas também a uma falta de cuidado com a própria carreira.

No PSG, Neymar viveu altos e baixos. Apesar de ter conquistado títulos domésticos, sua passagem pelo clube francês foi marcada por constantes rumores de insatisfação, lesões recorrentes e uma postura que muitas vezes deixou a desejar.

Suas escapadas noturnas, festas e polêmicas fora de campo ganharam mais destaque do que suas atuações dentro dele. E, quando chegou a hora de brilhar em momentos decisivos, como nas eliminações do PSG na Champions League, Neymar frequentemente desaparecia.

A transferência para o Al-Hilal, em 2023, foi vista por muitos como a confirmação de que Neymar havia desistido de competir no mais alto nível. Aos 31 anos, ele optou por um campeonato de menor expressão em troca de um salário astronômico.

No entanto, nem mesmo no futebol saudita ele conseguiu se firmar. Lesionado logo após sua chegada, Neymar foi visto mais em festas e eventos sociais do que em treinos ou jogos. Sua postura desleixada e a falta de comprometimento com a recuperação física levaram o técnico Jorge Jesus a deixá-lo de fora do elenco principal, culminando em sua dispensa.

Agora, de volta ao Santos, Neymar tem a chance de resgatar parte de seu legado. O clube, que vive um momento delicado tanto financeiramente quanto em termos de desempenho esportivo, vê no retorno do ídolo uma oportunidade de reacender a chama da torcida.

Para Neymar, é a chance de reconectar-se com suas raízes e, quem sabe, conquistar títulos que deem um sentido mais nobre ao final de sua carreira. No entanto, é difícil ignorar que essa volta tem um gosto amargo de “última parada”.

A verdade é que Neymar poderia ter sido muito mais. Dotado de um talento raro, ele tinha tudo para se tornar um dos maiores da história do futebol. No entanto, suas escolhas fora de campo, sua falta de disciplina e sua aparente priorização da vida de celebridade sobre a de atleta de elite o impediram de alcançar todo o seu potencial.

Enquanto Messi e Cristiano Ronaldo mantinham uma rotina rigorosa e uma dedicação obsessiva ao esporte, Neymar parecia mais interessado em curtir a fama e os holofotes.

O retorno ao Santos pode ser um recomeço, mas também é um reconhecimento tácito de que sua carreira no topo do futebol mundial chegou ao fim. Neymar ainda tem a chance de escrever um capítulo digno em sua história, mas não há como negar que, quando olharmos para trás, veremos um talento extraordinário que preferiu brilhar nas redes sociais a deixar uma marca indelével nos gramados. E isso, mais do que qualquer lesão ou contrato frustrado, é a maior decepção de todas.

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Luan Araújo
Jornalista formado em 2012, morador da periferia da Zona Leste de São Paulo, sambista e corintiano.