“Night Stalkers”: conheça o grupo dos EUA que matou Bin Laden e foi visto perto da Venezuela

Atualizado em 23 de outubro de 2025 às 7:32
Um helicóptero MH-6 Little Bird dos “Night Stalkers” participa de uma demonstração em Tampa, Flórida. Foto: Luke Sharrett/Getty Images

Helicópteros dos “Night Stalkers”, unidade de elite do Exército dos Estados Unidos que participou da operação que matou Osama Bin Laden em 2011, foram vistos recentemente sobrevoando o Caribe, a menos de 150 km da Venezuela. Com informações do G1.

Conhecidos oficialmente como 160º Regimento de Aviação de Operações Especiais (SOAR), os “Night Stalkers” — ou “Caçadores da Noite”, em tradução livre — surgiram na década de 1980 para executar operações de alta complexidade durante a noite.

Embora o foco seja a atuação sob escuridão, a unidade também realiza missões diurnas com alta precisão. Após os ataques de 11 de setembro, ganhou destaque ao integrar a Guerra ao Terror, tornando-se parte essencial das operações secretas dos EUA.

Atualmente, o grupo atua sob o comando do Comando Sul das Forças Armadas americanas, responsável por operações na América do Sul e no Caribe. O esquadrão conta com aeronaves como MH-60 Black Hawk, MH-47 Chinook, MH-6 e AH-6 Little Bird, além de drones voltados ao reconhecimento e à inteligência.

Treinamento próximo à Venezuela

De acordo com o The Washington Post, helicópteros dos “Night Stalkers” foram flagrados em exercícios militares sobre o mar do Caribe, próximos a plataformas de petróleo e gás e a menos de 150 km da costa venezuelana.

As aeronaves teriam usado o navio MV Ocean Trader como base flutuante — embarcação frequentemente empregada em missões sigilosas.

Imagens de satélite analisadas pelo jornal identificaram o MV Ocean Trader ao nordeste de Trinidad e Tobago. Uma fonte ligada ao governo Trump confirmou que se tratava de “exercícios de treinamento preparatórios”.

Indícios de operação na América do Sul

A movimentação dos “Night Stalkers” reacendeu especulações sobre uma possível operação militar dos EUA na Venezuela.

O cientista político Maurício Santoro, do Centro de Estudos Político-Estratégicos da Marinha do Brasil, afirmou que “os norte-americanos estão planejando operações de forças especiais na Venezuela” e que “pode ser, por exemplo, uma tentativa de capturar ou matar autoridades venezuelanas de alto escalão”.

Desde setembro, segundo a imprensa americana, o governo Trump avalia ataques a estruturas ligadas ao narcotráfico em território venezuelano. O Departamento de Justiça ofereceu US$ 50 milhões de recompensa por informações que levem à prisão de Nicolás Maduro, acusado de ser um “narcoterrorista”.

Em seguida, Washington enviou navios e aeronaves militares ao Caribe, sob o argumento de combater o tráfico internacional de drogas.

Escalada de bombardeios

Após o envio das tropas, barcos foram bombardeados na região, com os EUA alegando que todos transportavam drogas e “narcoterroristas”.

Nesta quarta-feira (22), o Departamento de Guerra informou que mais uma embarcação foi atacada no Oceano Pacífico, resultando em três mortes — o segundo bombardeio em menos de 48 horas. Na terça-feira (21), militares americanos já haviam destruído outro barco próximo à Colômbia, matando duas pessoas.

Trump também declarou que estuda “realizar ataques terrestres contra cartéis de drogas venezuelanos”, o que reforça a hipótese de uma operação por terra com apoio dos “Night Stalkers”.