Por Moisés Mendes
Ninguém consegue tirar os patriotas da frente do QG do Exército em Porto Alegre. Ninguém mesmo. Nenhuma autoridade.
Os jornalistas Eduardo Paganella e Gabriela Plentz informam na ZH online que a Brigada pediu ontem que as barracas sejam retiradas.
O trecho interditado pelas aglomerações é o da Rua Padre Tomé entre as ruas Sete de Setembro e Siqueira Campos. É o que mostra aí a foto do Paganella.
A BM pediu que eles fossem embora (imaginem que a polícia pediu…), mas ninguém deu bola.
Há uma ordem do ministro Alexandre de Moraes para que Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal e Polícias Militares façam a desobstrução de rodovias e ruas.
Há uma determinação do Ministério Público Federal, dirigida à Prefeitura de Porto Alegre, para que as ruas sejam desobstruídas.
Ninguém faz nada. Por quê? Porque a situação é complicada. É o que todos dizem.
Bolsonaro está quieto em Brasília esperando um conflito das polícias com seus seguidores ou de pessoas comuns com os patriotas.
Bolsonaro quer a cena da retirada à força dos acampados, que participam de atos criminosos, e não só porque estão trancando ruas.
Ninguém faz nada porque a extrema direita criou uma armadilha para as instituições. Os patriotas querem a grande cena da repressão aos que defendem o golpe. E que uma faísca provoque uma explosão.
Mas as instituições que sempre reprimiram com violência, acusaram e condenaram movimentos sociais temem o fascismo que age diante do quartel e assim se considera protegido pelos militares.
Os patriotas têm o controle da situação. A extrema direita acovardou as instituições, com exceção de setores do Ministério Público e de alguns ministros do Supremo.
É um cenário que pode mudar a partir de janeiro? Terá de mudar, ou com quem a democracia irá contar?
Publicado originalmente em Blog do Moisés Mendes