
Eduardo Bolsonaro publicou neste domingo (7) imagens de drone que mostram uma enorme bandeira dos Estados Unidos estendida por manifestantes durante o ato bolsonarista na avenida Paulista, em São Paulo. A manifestação ocorre no mesmo dia em que o Brasil celebra 203 anos de independência, marcado por atos em defesa de Jair Bolsonaro e pela anistia aos réus do 8 de Janeiro.
No vídeo compartilhado por Eduardo nas redes sociais, é possível ver a bandeira norte-americana ocupando boa parte da via, cercada por manifestantes vestidos de verde e amarelo. O parlamentar escreveu que a cena simboliza “gratidão ao presidente Donald Trump”, atual líder dos Estados Unidos, que recentemente impôs um tarifaço de 50% sobre produtos brasileiros e sancionou o ministro do STF Alexandre de Moraes pela Lei Magnitsky.
O gesto gerou controvérsia porque reforça a proximidade de Bolsonaro e de seus aliados com o governo americano em um momento de tensão diplomática. Trump condicionou a revisão das tarifas à paralisação do julgamento de Jair Bolsonaro no Supremo Tribunal Federal, acusado de tramar um golpe de Estado após a derrota eleitoral de 2022.
Durante o ato na Paulista, os bolsonaristas também exibiram cartazes pedindo a liberdade da deputada Carla Zambelli (PL-SP), presa na Itália, além de faixas em apoio a Trump e ataques ao STF. Os discursos mais inflamados foram feitos por Michelle Bolsonaro, Silas Malafaia e o governador Tarcísio de Freitas, que voltou a defender a anistia.
Traidores da pátria . No dia da pátria Brasil pic.twitter.com/S2pEWOh3Ng
— PPatrícia (@Pat_Bulbovas) September 7, 2025
A exibição da bandeira norte-americana foi explorada pelo governo Lula como símbolo da “submissão” do bolsonarismo a interesses estrangeiros. Integrantes do Planalto argumentam que o episódio ajuda a reforçar a narrativa de que a direita radical age contra a soberania nacional ao apoiar sanções impostas ao Brasil.
O julgamento de Bolsonaro e de outros sete acusados do núcleo da trama golpista será retomado nesta terça-feira (9) no STF. O relator, Alexandre de Moraes, abrirá a sessão com seu voto, seguido pelos ministros Flávio Dino, Luiz Fux, Cármen Lúcia e Cristiano Zanin. A expectativa é que a corte defina as penas até o fim da semana.