As duas cenas aconteceram no espaço de alguns dias e resumem o espírito das forças policiais no Brasil de Bolsonaro.
No fim de semana, um pecuarista chamado José Eugênio Adjuto resolveu colocar uma braçadeira com a suástica nazista e sair por aí.
Foi flagrado num bar de Unaí, em Minas Gerais, tomando sua cerveja.
Uma viatura da PM foi chamada ao local. Os PMs aparecem conversando com um funcionário do estabelecimento ao lado da mesa onde estava o sujeito.
Em nenhum momento o cliente foi abordado.
Apologia ao nazismo é crime. Nem mesmo é necessário haver atos de violência ou incitação direta à violência para que o delito ocorra.
O BO só foi lavrado mais de 24 horas depois, diante da repercussão.
Na noite de segunda, dia 16, a Polícia Militar cercou uma escola ocupada por secundaristas em Barueri, na região metropolitana de São Paulo.
Os soldados tentaram arrombar duas portas dos fundos do colégio.
Uma professora foi agredida. Um homem fardado ameaçou prendê-la aos berros.
“Seu documento!”, gritava. “Pode chamar quem você quiser! Fica quieta”
“Você não pode falar assim comigo, sou professora”, disse ela, valente, altiva.
Não é difícil saber de que lado nós devemos estar. A PM já escolheu o dela.
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