Com a rivalidade entre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o ex-ministro Ciro Gomes (PDT) na disputa pela Presidência se acirrando, a eleição ao governo no Ceará se tornou uma competição entre os dois partidos.
De acordo com o jornal O Globo, enquanto Elmano de Freitas (PT) e Roberto Cláudio (PDT) trocam ataques sobre uso indevido da máquina pública e operações policiais, Capitão Wagner (União), que tem apoio do presidente Jair Bolsonaro (PL), está se movimentando para atrair partidos aliados de seus principais adversários, com o objetivo de garantir apoio em um eventual segundo turno.
Segundo a última pesquisa Ipec, divulgada na quinta-feira (22), Elmano tem 30% das intenções de votos, ante 29% de Wagner e 22% de Cláudio. Com o racha entre PT e PDT, o candidato do União tenta fazer alianças com rivais “inconciliáveis”. Na pré-campanha, ele já tinha iniciado conversas com o MDB, que se aliou ao petista, e com o PSB, do ex-deputado Domingos Filho, atual candidato a vice de Roberto Cláudio.
Em 2020, Capitão Wagner disputou a prefeitura de Fortaleza perdendo, por uma margem estreita, para o candidato do PDT, Sarto Nogueira, que teve apoio de partidos como PT e PSDB na época. Hoje, Wagner é aliado de Bolsonaro, mas tenta manter uma certa distância do chefe do governo.
Um dos pontos do racha entre PT e PDT no Ceará é explicado pelo amparo que Elmano Freitas tem na popularidade do ex-governador Camilo Santana (PT), que lidera as intenções de voto ao Senado. O político chegou ao governo do estado em 2014, com o apoio de Ciro, mas em 2018 conciliou apoios ao pedetista e a Fernando Haddad (PT), mantendo uma aliança estadual com o PDT. Porém, em julho deste ano, ele rompeu com o cearense, após a governadora Izolda Cela, que foi vice de Camilo, não ter sido alvo da preferência do partido para tentar a reeleição.