Deltan Dallagnol recorreu à assessoria de imprensa do Estadão, onde conta com a mão amiga de Fausto Macedo, vazador oficial da Lava Jato, para fazer sua defesa.
Escreveu um artigo longo e confuso garantindo que a operação, “em casos de foro privilegiado, seguiu a lei”.
Então tá.
Hoje o El Pais publicou uma série de diálogos capturados pelo Intercept em que Deltan aparece tentando colocar seus homens para buscar na Suíça provas contra o desafeto Gilmar Mendes.
O coordenador da força tarefa chega a falar aos colegas em “pedir o impeachment do GM”.
No Estadão, Deltan faz uma parábola sobre “um promotor de justiça que trabalha no interior do seu Estado tem em suas mãos uma investigação que inclui documentos legalmente apreendidos na residência de um funcionário público. Vasculhando esses documentos, o membro do Ministério Público encontra uma planilha suspeita, que contém três conjuntos de iniciais de nomes junto a números e alguns endereços”.
Blablablá, blablablá e ele fecha:
Embora a força-tarefa não tenha jamais investigado Ministros do Supremo, fofocas hackeadas, sem veracidade comprovada, têm sido interpretadas sob a pior luz possível, para lançar falsas ilações e acusações que não têm qualquer amparo na realidade. A tentativa de deslegitimar o trabalho não terá sucesso. Apesar de todo barulho, não se identificou e não se identificará ilegalidade nos atos de investigações e processos, que estão solidamente embasados em fatos, provas e leis.
Há muita gente interessada em jogar o Supremo contra a força-tarefa. A Lava Jato foi e é um empecilho para muitos corruptos poderosos. Ela incomoda um sistema enraizado de corrupção, que foi abalado, mas não derrubado. Estamos vendo o sistema reagir, com pujança irrefreável – a expressão “corruption fights back” revela um padrão histórico mundial. Seguiremos cumprindo nosso dever e nutrindo a esperança de que, no Brasil, as instituições e a sociedade impedirão retrocessos.
Não é preciso apelar para “fofocas hackeadas”. Publicamente, nas redes sociais, Deltan Dallagnol atacou Gilmar e Toffoli algumas vezes:
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