No G20, Lula propõe a criação de uma “Aliança Global contra a Fome”

“O que nos divide tem nome: é a desigualdade, e ela não para de crescer”, declarou o presidente

Atualizado em 9 de setembro de 2023 às 22:34
Presidente Lula durante sessão do G20 em Nova Delhi, na Índia. Foto: Ricardo Stuckert / PR

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) anunciou neste sábado (9), que irá lançar uma Aliança Global contra a Fome quando o Brasil ocupar a Presidência do G20 – o que ocorrerá em dezembro deste ano. A fala ocorreu em seu discurso durante a segunda sessão da 18ª Cúpula de Chefes de Estado e Governo do G20, em Nova Delhi, na Índia.

“Lançaremos, em nossa Presidência do G20, uma Aliança Global contra a Fome. Esperamos contar com o apoio e o engajamento de todos vocês. Para construirmos um mundo cada vez menos desigual e mais fraterno”, declarou o presidente. “O que nos divide tem nome: é a desigualdade, e ela não para de crescer”.

Um dos principais pontos defendidos pelo governo do país para o mandato do Brasil à frente do G20 é a luta contra a fome, a pobreza e a desigualdade.

O líder indiano, Narendra Modri e Lula, em primeiro plano, no G20. Foto: Ricardo Stuckert

O presidente acredita que o problema da desigualdade está se intensificando cada vez mais, e que precisa de atenção redobrada, até para que países em desenvolvimento tenham espaço sistema internacional. A entrada da União Africana como integrante permanente do grupo foi anunciada neste sábado.

“Há dois séculos, a renda dos mais ricos era 18 vezes maior do que a dos mais pobres. Hoje, em plena quarta revolução industrial, a renda dos mais ricos é 38 vezes a dos mais pobres. Os 10% mais ricos detêm 76% da riqueza do planeta, enquanto os 50% mais pobres possuem apenas 2%. De acordo com as Nações Unidas, no ritmo atual, cerca de 84 milhões de crianças ainda estarão fora da escola até 2030″, destacou Lula.

“Precisaremos de quase 300 anos para atingir a igualdade de gênero perante a lei. Segundo a FAO, a fome afeta mais de 700 milhões de pessoas em todo o mundo. O mundo desaprendeu a se indignar e normalizou o inaceitável”

“A crença de que o crescimento econômico, por si só, reduziria as disparidades se provou falsa. Os recursos não chegaram nas mãos dos mais vulneráveis. O mercado continuou indiferente à discriminação contra mulheres, minorias raciais, LGBTQI+ e pessoas com deficiência. A desigualdade não é um dado da natureza. Ela é socialmente construída. Combatê-la é uma escolha que temos de fazer todos os dias”, continuou.

Participe de nosso grupo no WhatsApp, clicando neste link
Entre em nosso canal no Telegram, clique neste link
Sofia Carnavalli
Sofia Carnavalli é jornalista formada pela Cásper Líbero e colaboradora do DCM desde 2024.