No laranjal de Bebianno, Moro finge que se mexe: “o senhor presidente assim determinou”. Por José Cássio

Atualizado em 14 de fevereiro de 2019 às 16:37
Sérgio Moro, Jair Bolsonaro e Onyx Lorenzoni: aguardando para ver como é que fica,. Foto: Agência Brasil

Sérgio Moro deu sinal de vida.

Depois de quase uma semana na moita, o ministro da Justiça veio a público nesta quinta jogar para a plateia: afirmou que a suspeita de que o PSL tenha financiado candidaturas “laranjas” está sendo apurada e que “eventuais responsabilidades” serão “definidas”.

Note os termos usados pelo ex intrépido caçador de corruptos: “o caso está sendo apurado”; “eventuais responsabilidades serão definidas após as investigações”.

A Folha informou que o PSL repassou R$ 400 mil a uma candidata a deputada federal em Pernambuco. Ela teve apenas 274 votos e o repasse aconteceu três dias antes da eleição.

Na época, o presidente do PSL era Gustavo Bebianno, o hoje secretário-Geral da presidência que está sob fogo cruzado conduzido pelo próprio Bolsonaro.

Na seção mineira do partido, outro ministro, o do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio, também está envolvido em denúncias de candidaturas laranjas.

“O senhor presidente Jair Bolsonaro proferiu uma determinação e ela está sendo cumprida”, disse Moro para justificar a sua iniciativa de enfim sair da zona de conforto.

Não especificou detalhes da operação. Provavelmente porque não tem. É conversa mole pra boi dormir, combinada com Jair para dar uma resposta à opinião pública e ajudar na fritura de Bebianno.

Quem conheceu o Sérgio Moro de Curitiba está atônito com o ministro que se apresentou em Brasília.

Nada a declarar sobre o caso Flávio-Queiroz. Nenhuma iniciativa em relação às candidaturas laranjas de Minas e Pernambuco e agora só se mexeu porque o “o senhor presidente proferiu uma determinação”.

Rosângela, a esposa do ministro, é outro indício de que a família está naquela fase de aguardar para ver como é que fica.

Bastante atuante no Instagram, impetuosa na hora de apontar o dedo em direção aos inimigos, desde que despontaram os escândalos ela não dá as caras.

O silêncio virou a marca de Rosângela e a inépcia a de Sérgio Moro.

Vão se arrastar assim até o dia D da família: aquele em que Bolsonaro finalmente assinar a indicação de Moro para o STF.

Daí em diante, pode escrever, o casal volta com tudo.