No TRF-4, desembargador declama “Só de sacanagem” e resume o julgamento. Por Kiko Nogueira

Atualizado em 27 de novembro de 2019 às 22:57
O desembargador Leandro Paulsen, do TRF-4

A maior piada pronta do julgamento no TRF-4 nesta quarta, dia 27, foi feita pelo desembargador Leandro Paulsen.

Não me refiro ao aumento da pena de Lula para 17 anos.

Paulsen achou uma idéia incrível declamar versos de “Só de sacanagem”, famosa na voz da insuportável Ana Carolina.

Antes de seguir o relator Gebran e decidir pela condenação naquela farsa afrontosa ao STF, ele lembrou do libelo “contra a corrupção”.

“Só de sacanagem” tem milhares de versões no YouTube, todas elas de grupos de extrema direita, todas elas com imagens de Lula, FHC, Fidel Castro e outros “comunistas”.

Qual um Olavo Bilac bolsomínico, Paulsen mandou ver:

“Meu coração está aos pulos! Quantas vezes minha esperança será posta à prova? Por quantas provas terá ela que passar? Tudo isso que está aí no ar: malas, cuecas que voam entupidas de dinheiro, do meu dinheiro, do nosso dinheiro que reservamos duramente pra educar os meninos mais pobres que nós, pra cuidar gratuitamente da saúde deles e dos seus pais”.

Na sequencia passou a elogiar a Lava Jato.

Terminou com um trecho especialmente idiota da composição:

“A luz é simples, regada ao conselho simples de meu pai, minha mãe, minha avó e os justos que os precederam. Não roubarás! Devolva o lápis do coleguinha! Esse apontador não é seu, minha filha!”

A ideia é manter Lula de volta para a cana. Esse é o objetivo, o norte do Direito de Curitiba.

O Supremo não terá saída que não seja desfazer a sacanagem.