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Norte e Nordeste enfrentam maior seca dos últimos 40 anos

Parte do Rio Negro secou próximo ao Cacau Pirêra. Foto: Michel Castro/Rede Amazônica

A pior seca desde 1980 devido à escassez de chuvas, pode ser sentida em oito estados das regiões Norte e Nordeste. Os estados afetados são Amazonas, Pará, Acre, Amapá, Maranhão, Piauí, Bahia e Sergipe, de acordo com dados do Centro de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), vinculado ao governo federal.

Essa falta severa de chuvas tem agravado a situação dos rios na região, causando seca persistente e impactos na vida das comunidades locais, incluindo a escassez de alimentos e água, assim como prejuízos à navegação, principal meio transporte em as cidades que ficam na floresta amazônica. Segundo as entidades especializadas em meteorologia, o cenário é atribuído ao El Niño atípico e ao aquecimento global.

No infográfico abaixo, produzido pelo G1 com informações Cemadem, as áreas em marrom nos estados mencionados indicam regiões que já enfrentam a pior seca da sua história. As partes em vermelho estão na segunda maior estiagem, enquanto as áreas em amarelo enfrentam a terceira pior estiagem.

Mapa mostra oito estados com recorde de seca por falta de chuva — Foto: G1/Cemaden

A falta de chuvas tem afetado rios estratégicos na região, incluindo o Negro e o Solimões, que são formadores do rio Amazonas. Imagens do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) mostram a diminuição acelerada do nível desses rios, o que preocupa especialistas.

Especialistas destacam que a velocidade com que os rios estão diminuindo de nível é alarmante e pode ter impactos que vão desde problemas na agricultura até o desabastecimento da região e impactos na geração de energia.

“O que chama a atenção é a velocidade com que os rios estão diminuindo de nível. Nos períodos secos, eles diminuem de forma lenta. Essa redução brusca nos deixa preocupados com os impactos, que vão de problemas na agricultura a até o desabastecimento da região e impacto na geração de energia”, explicou Márcio Moraes, especialista do Cemadem. Ele também integra a sala de crise da Região Norte.

A combinação de dois fatores, o El Niño (aquecimento do oceano Pacífico) e a distribuição de calor do oceano Atlântico Norte, tem inibido a formação de nuvens e chuvas, contribuindo para a seca recorde. O período de seca, que normalmente terminaria em novembro, deve se estender até janeiro, aumentando os impactos da estiagem.

Os impactos dessa seca histórica têm sido significativos, incluindo deslizamentos de terra e desligamento de linhas de transmissão de energia elétrica. A situação é motivo de preocupação e requer medidas urgentes para mitigar seus efeitos nas comunidades afetadas. Trechos de rios importantes, como o Negro e o Solimões, formadores do rio Amazonas, também estão sendo afetados.

 

Falta de chuvas no norte deixa imenso rastro de seca. Foto: reprodução

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Augusto de Sousa

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