Nos 6 meses do caso Queiroz, temos um cadáver: o da reputação de Moro. Por Kiko Nogueira

Atualizado em 9 de junho de 2019 às 10:47
Jair e Eduardo Bolsonaro ao lado do amigo Queiroz

O caso Queiroz fez seis meses e quem ganha o presente é você.

A grande pergunta não é “cadê o ex-faz-tudo dos Bolsonaros”, mas cadê o ministro da Justiça?

Em 6 de dezembro do ano passado, o Estadão dava a notícia de que uma investigação de um esquema na Alerj respingava em Flávio Bolsonaro.

Em um ano, Fabrício Queiroz movimentou R$ 1,2 milhão, segundo o Coaf, sigla que passou ser conhecida Brasil afora.

O Ministério Público apontou indícios de uma organização criminosa montada no gabinete de Flávio, um cheque para a primeira dama veio à luz, sigilos bancário e fiscal de 86 pessoas e nove empresas foram quebrados.

Queiroz foi internado no Einstein, um dos hospitais mais caros do país, para se tratar de um câncer.

Fez vídeo cafajeste dançando com a filha e a mulher, pagou a conta em dinheiro vivo (R$ 133 mil) e escafedeu-se.

Seus advogados alegam que ele precisa de tranquilidade para a quimioterapia.

Então tá.

Questionado, o presidente da República reage como chefe de milícia ou James Cagney em filme de gângster de Hollywood dos anos 40: “Venham pra cima, não vão me pegar!”.

Sergio Moro já se defendeu dizendo que não é “supertira”, sabe Deus o que isso significa.

“Não me cabe comentar sobre isso”, falou também.

Por que ainda não foi expedida uma condução coercitiva do Queiroz? O que as autoridades estão esperando?

O episódio todo é uma vergonha — especialmente para Moro, que gasta seu tempo no Twitter vendendo o peixe do tal projeto anticrime para afagar a canalha bolsonarista.

Paulo Coelho levantou a lebre de que houve queima de arquivo. Não houve porque sairia mais caro.

O único cadáver nessa palhaçada, até aqui, é político: o de Sergio Moro.