
O diálogo diplomático entre Brasil e Ucrânia sobre a guerra no Leste Europeu segue ativo, apesar dos recentes desentendimentos entre Brasília e Kiev e do protagonismo dos Estados Unidos nas negociações de paz, conforme informações do Metrópoles.
O mais recente contato entre os governos ocorreu em 5 de março, quando o ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, conversou por telefone com o chanceler ucraniano Andrii Sybiha.
Segundo a embaixada da Ucrânia no Brasil, a conversa abordou os “recentes acontecimentos internacionais” e o “amplo apoio internacional” ao desejo de Kiev por uma paz “justa e duradoura”. O telefonema estava previsto na agenda de Mauro Vieira, mas o Itamaraty não divulgou detalhes sobre o conteúdo do diálogo.
Fontes diplomáticas indicam que ainda é cedo para divulgar os resultados dessa conversa, mas confirmam que a comunicação entre Kiev e Brasília continua, embora envolta em sigilo.

Desde que assumiu a presidência do Brasil pela terceira vez, Lula tem sido criticado por sua postura em relação ao conflito entre Rússia e Ucrânia. O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, acusa o petista de favorecer a Rússia, país que integra o Brics ao lado do Brasil.
O governo brasileiro chegou a propor um plano de paz em parceria com a China, mas a iniciativa foi rejeitada por Zelensky, que a classificou como “destrutiva”. Lula defendia que as negociações de paz envolvessem ambos os lados do conflito, e não apenas a Ucrânia, como ocorria em cúpulas anteriores.
Após sucessivos atritos públicos com o presidente brasileiro, Zelensky declarou, no início deste ano, que Lula perdeu relevância como mediador no processo de paz.