O Corinthians tem tudo para ganhar tudo em 2013

Atualizado em 4 de fevereiro de 2013 às 11:09

Nosso colunista inglês está impressionado com o Almighty.

O show de ontem
O show de ontem

Ladies & Gentlemen:

Começa o ano futebolístico para mim, depois de merecidas férias.

Saudade de vocês, saudade do Boss, em sua temporada brasileira.

Well, I’m back.

Tristeza, por um lado, por ver o grande Balotelli deixar meu City. Mancini não soube lidar com o meninão italiano, mas também é preciso reconhecer uma coisa: nossos times da Premier têm mais craques do que deveriam. Como não cabem mais que onze em campo, o banco é o exílio siberiano de muitos jogadores como Balotelli.

E mesmo Chrissie, minha mulher, neurastênica e azeda, concorda comigo em que craque no banco torce contra o próprio time e com isso destroi a solidariedade do grupo. Só não pula no gol do inimigo porque a etiqueta não permite.

Quem esquece Tévez se recusando a entrar no final de um jogo da Champions? Ele mesmo está na reserva. Bem como o brasileiro Oscar, que parece ter feito uma bobagem ao se transferir para o time do detestável olicarga russo que se tornou bilionário com as privatizações criminosas da Rússia.

Well.

Alegria, por outro lado. Vi ontem meu time brasileiro, o Almighty. Me inclinava pelo Santos ao começar a escrever no Diário, por causa de Neymar. Mas Boss me enviou ao Japão e meu coração ficou instantaneamente corintiano ao ver aquela massa épica de torcedores fanáticos, guerreiros, incendiários e desdentados.

Confesso que não tinha ouvido falar do Oeste, mas apreciei demais meu time. Não é campeão do mundo à toa. O Almighty fez o essencial para a temporada de 2013: manteve a base. Os jogadores trocam bolas como se estivessem de olhos fechados.

Boss me disse, certa vez, que o drama do futebol brasileiro se iniciou quando ele não era mais capaz de dizer a escalação do seu time. Com uma nostalgia evidente, expressa nos olhos úmidos, citou um ataque, que anotei num papelzinho de bar porque fiquei tocado: Marcos, Tales, Flávio, Rivelino e Edu.  Era a linha de frente de seu time em algum momento de sua adolescência. (Boss, quando bebe, insiste em que Rivelino no auge jogou mais que Pelé.)

Vi o teipe de Santos e São Paulo, para completar minha reinserção na crônica futebolística. Bom jogo, but …

Nem um dos dois times me pareceu capaz de enfrentar o Almighty.  Prevejo que Boss e eu teremos muitas pints a tomar em 2013 para festejar conquistas do nosso time.

Sincerely.

Ou, como aprendi com Boss, saudações corintianas.

Scott

Tradução: ERIKA K NAKAMURA

 

Aos 53 anos, o jornalista inglês Scott Moore passou toda a sua vida adulta amargurado com o jejum do Manchester City, seu amado time, na Premier League. Para piorar o ressentimento, ele ainda precisou assistir ao rival United conquistando 12 títulos neste período de seca. Revigorado com a vitória dos Blues nesta temporada, depois de 44 anos na fila, Scott voltou a acreditar no futebol e agora traz sua paixão às páginas do Diário.