O Diário do Centro do Mundo vai contar a história do filho da desembargadora Tânia Garcia Freitas, do Mato Grosso do Sul, preso em flagrante com 130 quilos de maconha e munição para armas de uso restrito das Forças Armadas.
Os recursos arrecadados neste crowdfunding vão bancar os cursos da reportagem e a remuneração dos profissionais que trabalharão nesta cobertura.
Joaquim de Carvalho coordenará o projeto e fará reportagens em Campo Grande, sede do Tribunal de Justiça do Mato Grosso do Sul, e Três Lagoas, onde Breno Solon Borges, filho da desembargadora, foi preso.
O objetivo é contar quem é Breno a partir de relatos de pessoas que o conheceram, para esclarecer como um jovem de classe média alta se envolveu com o crime.
Vamos fazer também uma radiografia do crime organizado no Mato Grosso do Sul, que tem se transformou numa rota do tráfico. Tanto é assim que a Superintendência da Polícia Federal de Campo Grande mantém o principal núcleo de investigação do tráfico de drogas no Brasil.
Esse núcleo se fortaleceu em 2008, a partir de uma investigação conjunta com a DEA – a agência norte-americana de combate às drogas –, que resultou no monitoramento do voo do Helicoca, o helicóptero do senador Zezé Perrella apreendido com 445 quilos de pasta base de cocaína na zona rural do Espírito Santo.
A PF do Mato Grosso do Sul acompanhou o voo, mas não esperava a prisão, feita a partir da operação de outro grupo da Polícia Federal, instalado em Vitória, capital do Espírito Santo.
A apreensão do Helicoca gerou crise na PF e, mais tarde, os policiais federais do Mato Grosso do Sul relacionaram o tráfico que passa pelo Estado, a partir da fronteira com o Paraguai, à droga encontrada num avião em Honduras, na América Central.
Qual é o papel de Breno Solon Borges dos Reis nesta cadeia que une produtores de drogas da América do Sul a consumidores no Brasil e no Exterior? Pouco se sabe sobre a participação dele no plano de resgate de um dos chefes da organização criminosa no Mato Grosso do Sul, que, além do tráfico, tinha conexões com a corrupção no setor público.
Por que o filho da desembargadora se envolveu nesta organização criminosa? Até onde ela vai? Qual é de fato a relação entre o núcleo da PF do Mato Grosso do Sul que investiga o tráfico e o caso do Helicoca? Até onde a participação de pessoas como o filho de uma desembargadora garante impunidade e a continuidade do tráfico?
São muitas as perguntas ainda sem respostas, e é para jogar luz onde há escuridão que deve se mover o jornalismo investigativo.
Joaquim cobre casos de tráfico há mais de vinte anos. Uma das fotos desse artigo foi tirada no caminhão onde a polícia encontrou, nos anos 90, mais de 1 tonelada de cocaína trazida da Colômbia (abaixo).
A apreensão foi no Estado do Pará e o caminhão, levado para Brasília – na época, foi a maior apreensão de droga no Brasil.
Fez também a reportagem que revelava o contato de um assessor do então presidente Fernando Collor de Mello com traficantes do Cartel de Cali, com encontros num hotel de luxo em São Paulo.
Nosso plano de trabalho agora prevê uma viagem ao Mato Grosso do Sul e outra a Vitória, no Espírito Santo, para atualizar o caso do Helicoca e esquadrinhar a investigação do tráfico de drogas no Brasil, onde acontecem algumas grandes apreensões, mas pouca gente grande permanece na cadeia.
A exemplo do que fizemos nos casos do Helicoca, Lista de Furnas, Sonegação da Globo e outros financiados pelos leitores do DCM, vamos tirar a névoa de uma história que guarda relevante interesse público.
Vamos contar a história da desembargadora, de seu filho que serviu ao crime organizado e um pouco mais do tráfico de drogas no Brasil.
Vamos trazer à tona o que pode ser definido como a NARCOPOLÍTICA.
Contamos com você.
Abraço.
https://www.youtube.com/watch?v=f6IABufroxk