O que está por trás do conflito? As eleições em Israel são parte da resposta

Como começou essa onda de violência na Faixa de Gaza, que pode desembocar numa guerra de duração indeterminada? Desde que o chefe do braço militar do Hamas, Ahmed al-Jabari, foi assassinado na quarta-feira por um míssil lançado pelo exército de Israel, a escalada tem sido contínua.“Israel surpreendeu a todos quando matou Al-Jabari e começou a atirar contra alvos civis”, disse o ministro de relações exteriores do Hamas, Ghazi Hamad. Segundo o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu, foi uma resposta ao Hamas, responsável pelo aumento no número de projéteis lançados desde Gaza em direção ao Sul de Israel. O sistema de defesa chamado Iron Dome impede que a maioria dos foguetes atinja seus alvos, como você vê no vídeo abaixo. Foram 600 no ano passado e 700 em 2012 — antes da crise.
Alguns analistas consideram que, por trás da ofensiva israelense, estão as eleições de janeiro e um governo de extrema direita que acha que ganhará votos com isso. O números de vítimas é desproporcional. Até agora, foram 46 palestinos mortos, dos quais 17 civis; 381 feridos, 107 crianças. Do lado israelense, 3 mortos e seis feridos. Tem sido assim há muito tempo. Em 2011, as bombas do exército israelense eliminaram 108 palestinos, dos quais 15 mulheres e crianças, ferindo outros 468. Mais palestinos foram mortos em Gaza apenas na sexta-feira do que israelenses nos últimos três anos.
É inútil. Líderes do Hamas são eliminados e outros surgem. Gaza está sob bloqueio desde 2006. Já foi definida como prisão a céu aberto. O regime israelense foi comparado ao apartheid sul-africano. Não podem entrar materiais de construção, comida e remédios. Netanyahu está deixando 75 mil soldados de prontidão. O bombardeio é o começo de uma operação mais ampla. “Nosso objetivo é mandar Gaza de volta à Idade Média. Só então Israel terá calma por 40 anos”, afirmou o ministro do interior Eli Yishai.
Não terá calma nenhuma, evidentemente, mas o terror, a morte e a insegurança.
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