Nova onda de calor atingirá o Brasil; cidades poderão ter 15ºC acima da média

Atualizado em 10 de novembro de 2023 às 20:16
País enfrentará nova onda de calor. Reprodução

O Brasil enfrentará uma nova onda de calor, com previsão de máximas atingindo recordes históricos nos próximos dias. De acordo com a empresa MetSul, mesmo cidades acostumadas ao calor podem registrar máximas até 15ºC acima da média para o período.

O fenômeno El Niño contribui para esse calor extremo, mas episódios recentes não podem ser atribuídos exclusivamente a ele.

Karina Bruno Lima, doutoranda em Climatologia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), destaca que o El Niño tende a elevar as temperaturas em várias regiões do planeta, favorecendo eventos extremos de calor na América do Sul.

No entanto, uma onda de calor em setembro teve uma contribuição maior do aquecimento global antropogênico do que do El Niño.

O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) emitiu um aviso meteorológico especial de nível amarelo para onda de calor, abrangendo áreas do Centro-Oeste e Sudeste do Brasil. O comunicado prevê temperaturas pelo menos 5ºC acima da média por dois a três dias consecutivos, com expectativa de máximas ainda mais altas do que o usual.

A MetSul Meteorologia analisou dados indicando que essa onda de calor excepcional pode superar em intensidade eventos históricos de setembro e outubro. Em São Paulo, a capital está em estado de atenção para altas temperaturas, podendo atingir até 37°C no domingo.

A climatologista Estael Sias explica que a persistência dessa onda de calor está associada ao “domo de calor” ou “cúpula de calor”, causado por uma área de alta pressão que retém o ar quente. Isso gera condições estáveis, secas e temperaturas elevadas por um período prolongado, resultando em solo ressecado e maior desconforto térmico.

Karina Lima destaca que estudos de atribuição são necessários para entender completamente as razões dessa onda de calor, mas várias pesquisas indicam uma frequência maior, intensidade e duração prolongada desses eventos, associados à ação humana e ao aquecimento global antropogênico.

A pesquisadora alerta para a necessidade de mitigação do aquecimento global e destaca a importância da adaptação à realidade do aquecimento já existente. A tendência projetada para os próximos meses é de calor úmido no verão, elevando a sensação térmica.

Além das altas temperaturas, o El Niño está relacionado à forte estiagem na Amazônia, resultando em rios secos, queimadas e nuvens de fumaça. O governo federal admitiu a estrutura insuficiente para combater os incêndios, enquanto o fenômeno El Niño deve persistir até abril, indicando uma possível intensificação do calor nos próximos meses.

Os especialistas alertam para impactos contínuos no planeta e na saúde humana devido à persistência das altas temperaturas, ressaltando eventos climáticos extremos recentes no Brasil, como tempestades, queimadas e ciclones, que têm causado prejuízos e desconforto.

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