
Três dias após assumir o comando da Secretaria-Geral da Presidência, o novo ministro Guilherme Boulos (PSOL) iniciou uma reestruturação ampla na pasta. A primeira medida foi a demissão de Ronald Sorriso, secretário nacional de Juventude e um dos principais nomes da gestão de seu antecessor, Márcio Macêdo (PT).
A exoneração, segundo fontes do Palácio do Planalto, será oficializada na próxima segunda-feira (27) no Diário Oficial da União. A Secretaria Nacional de Juventude é considerada a área mais estratégica do ministério, por coordenar programas e políticas voltadas aos jovens em âmbito nacional.
A saída de Sorriso marca o início de uma série de mudanças que devem atingir todas as quatro secretarias subordinadas à pasta. Aliados de Boulos afirmam que o objetivo é “renovar o perfil político” da equipe e dar um novo direcionamento à agenda de participação social do governo.
Segundo informações obtidas nos bastidores, Boulos pretende substituir também os titulares das Secretarias de Participação Social, de Diálogos Sociais e Articulação de Políticas Públicas, e de Relações Político-Sociais.
Os novos nomes ainda não foram divulgados oficialmente, mas interlocutores próximos ao ministro indicam que os escolhidos deverão ter ligação direta com movimentos sociais, sindicatos e organizações da sociedade civil.

A reformulação ocorre em meio à transição de comando no ministério, após Márcio Macêdo deixar o cargo para disputar a Prefeitura de Aracaju (SE) em 2026.
Considerado uma das apostas do PSOL no governo Lula, Boulos quer imprimir um estilo mais combativo e ampliar o diálogo com bases populares, retomando o papel da Secretaria-Geral como canal direto entre o Planalto e os movimentos sociais.
Nos últimos dias, o novo ministro realizou reuniões com lideranças estudantis, representantes da juventude negra e coletivos de periferia para discutir prioridades do governo na área. Segundo aliados, a intenção é criar um programa nacional de inclusão de jovens no mercado de trabalho, com foco em formação técnica e economia solidária.
Fontes do Planalto afirmam que as mudanças contam com aval do presidente Lula, que teria dado carta branca a Boulos para “formar sua própria equipe”.