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Novo número 2 da agência admite que, sob Ramagem, existia uma “Abin Paralela”

O novo número 2 da Abin, Marcos Cepik, em entrevista à GloboNews. Reprodução

 

O recém-nomeado diretor-adjunto da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Marco Cepik, declarou hoje que as investigações em curso indicam a existência de um esquema de espionagem ilegal dentro da agência, conhecido como “Abin paralela”. Ele mencionou que a retirada do sigilo da decisão do ministro Alexandre de Moraes e as declarações da direção da Polícia Federal indicam um avanço nas investigações sobre esse possível esquema.

A Polícia Federal está investigando um suposto esquema de espionagem ilegal na agência durante o governo de Jair Bolsonaro, quando era comandada por Alexandre Ramagem, atual deputado federal. Há suspeitas de “conluio” com a administração atual da agência e investigações sobre tentativas de obstruir a apuração.

Marco Cepik foi nomeado para substituir Alessandro Moretti, demitido por Luiz Inácio Lula da Silva, após a PF alegar que Moretti teria participado de uma reunião com os investigados, sugerindo que o procedimento teria motivações políticas.

“Na extensão do que eu tenho conhecimento, eu não creio que tenha havido nenhum tipo de tentativa de obstrução”, disse Cepik. “O que houve foi uma antecipação, inclusive, da condição de que o inquérito da PF pudesse ocorrer por meio da instauração do procedimento apuratório, da autonomia da corregedoria da Abin para realizar suas atividades, a transferência desses processos apuratórios para a CGU, para a AGU e para o STF”

“Teria que haver uma contradição muito grande entre a conduta dos atores e o que foi efetivamente feito”, prosseguiu o novo número 2 da agência. “Por que alguém que quer obstruir uma investigação vai instaurar um procedimento apuratório, vai instaurar um procedimento investigativo?”

A Abin, em nota divulgada anteriormente, afirmou ser a maior interessada na apuração dos fatos e continuará colaborando com as investigações. A defesa de Ramagem aguarda os desdobramentos, e ele reiterou que nunca teve acesso às senhas dos sistemas de monitoramento para espionar autoridades ou cidadãos comuns.”

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Fernando Miller

Fernando Miller, paulistano, advogado, palmeirense

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