
Aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro avaliam que o cerco político e judicial em torno de Eduardo Bolsonaro (PL-SP) está se estreitando tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos. O deputado enfrenta investigações no Supremo Tribunal Federal (STF) e pressões crescentes dentro da Câmara dos Deputados, enquanto, no exterior, sua influência entre círculos americanos começa a se reduzir após a reaproximação entre Lula e Donald Trump.
Segundo o Blog da Andréia Sadi no g1, a percepção entre bolsonaristas é de que o contato direto entre os dois presidentes marca uma virada diplomática que pode enfraquecer o discurso de Eduardo e de seu aliado Paulo Figueiredo, que vinham defendendo uma aliança ideológica permanente com a extrema direita dos EUA.
Interlocutores acreditam que as sanções americanas a autoridades brasileiras devem ser revertidas, o que desmontaria toda a bandeira criada pela dupla na articulação golpista nos EUA. Com o avanço dessa nova fase das relações entre os dois governos, aliados de Bolsonaro afirmam que Eduardo estaria prestes a assumir o papel de um “novo Olavo de Carvalho”.
Para aliados, Eduardo deve continuar produzindo vídeos e vendendo livros, mas com pouca influência política efetiva. Assim como o falecido guru da extrema-direita, ele se apoiaria em uma rede de seguidores e produtos voltados ao público bolosonaristas.

Eduardo mantém uma livraria virtual que comercializa obras de autores de extrema-direita, defensores do armamento civil e críticos ao socialismo. O negócio tem sido visto por analistas próximos ao clã Bolsonaro como o início de uma possível transição de carreira, caso o deputado encontre dificuldades para manter relevância no cenário político brasileiro.
A tensão cresceu após a ligação entre Lula e Trump, ocorrida na segunda (6), que selou um gesto de aproximação entre os dois governos. Ao comentar o episódio, Eduardo reconheceu o impacto político do diálogo. “Eu acho que na data de ontem ocorreu uma grande vitória, porque em algum momento essa abertura desse canal aconteceria”, afirmou.
Nos bastidores, há quem defenda que Tarcísio de Freitas (Republicanos), governador de São Paulo, assuma o papel de interlocutor político com Trump e com setores conservadores dos EUA. O próprio político, porém, já sinalizou que não pretende ultrapassar limites diplomáticos, especialmente agora que há diálogo direto entre Lula e a Casa Branca.