
O governo federal anunciou na sexta-feira (11) a construção de um laboratório de biossegurança máxima (NB4) no Programa de Aceleração de Crescimento (PAC). O laboratório, que será construído no Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM), em Campinas (SP), terá uma característica única no mundo: é a primeira vez que a estrutura estará conectada a uma fonte de luz síncrotron, o acelerador de partículas Sirius. Com informações do g1.
Considerado o principal projeto científico brasileiro, o Sirius é um laboratório de luz síncrotron de 4ª geração, que atua como uma espécie de “raio X superpotente” que analisa diversos tipos de materiais em escalas de átomos e moléculas.
Com investimento previsto de R$ 1 bilhão, o complexo laboratorial de máxima contenção biológica representa um avanço para o Brasil, que permitirá pesquisas com patógenos capazes de causar doenças graves e com alto grau de transmissibilidade (das chamadas classes 3 e 4) – estrutura que não existe na América Latina.
Desta forma, a estrutura será capaz de monitorar, isolar e pesquisar os agentes biológicos para desenvolver métodos de diagnósticos, vacinas e tratamentos. Além disso, o laboratório de biossegurança máxima terá acesso exclusivo a três linhas de luz (estações de pesquisa) do Sirius, o que não existe em nenhum outro lugar do mundo.
É por conta dessa conexão com o Sirius que vem o nome do projeto, Orion, em homenagem à constelação que possui três estrelas apontadas para a estrela que batizou o acelerador de partículas brasileiro.
O projeto prevê a capacitação de cientistas brasileiros para lidar com agentes infecciosos desses tipos. Essa formação já integra o custo previsto de R$ 1 bilhão.
O complexo laboratorial terá cerca de 20 mil metros quadrados, e sua construção está prevista para ficar pronta até 2026. Após essa etapa, o Orion passará pelo chamado comissionamento técnico e científico, e também por certificações internacionais de segurança, para que possa entrar em operação regular.
“Os investimentos anunciados hoje refletem o compromisso do governo do presidente Lula com a retomada do crescimento econômico e a geração de emprego e renda para a população”, disse a ministra de Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos.
“No caso dos investimentos em ciência e tecnologia incluídos no PAC, é o reconhecimento do papel estratégico dos projetos estruturantes do MCTI no desenvolvimento de soluções para os mais diversos desafios da sociedade e do país”, completou.

De acordo com Antônio José Roque da Silva, diretor-geral do CNPEM, além de instalações laboratoriais em NB3 e NB4 e das estações de pesquisa com técnicas de luz síncrotron, junto ao Sirius, o projeto deve ainda reunir laboratórios de pesquisa básica, técnicas analíticas e competências avançadas para imagens biológicas, como microscopias eletrônicas e criomicroscopia.
“Todas essas competências científicas reunidas em um único complexo é algo que o diferencia de toda infraestrutura disponível no Brasil e no mundo”, destacou.