Novo presidente do PT, Edinho diz que vai trabalhar para reeleger Lula e enfrentar autoritarismo

Atualizado em 7 de julho de 2025 às 21:43
O ex-prefeito de Araraquara, Edinho Silva, e Lula (PT) abraçados e sorrindo para foto
O ex-prefeito de Araraquara, Edinho Silva, e Lula (PT) – Divulgação

O ex-prefeito de Araraquara, Edinho Silva, foi eleito nesta segunda-feira (7) presidente nacional do Partido dos Trabalhadores (PT) com ampla vantagem. Ao assumir o cargo, o petista afirmou que sua principal missão será unificar a legenda e articular um campo democrático em defesa da reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em 2026.

Em seu discurso de vitória, ele destacou a importância de enfrentar tendências autoritárias no cenário político brasileiro:

“Meu trabalho será para unificar o nosso partido, na complexidade que isso significa. O desafio de reeleger o presidente Lula em 2026 significa a democracia prevalecer diante do pensamento autoritário que cresce em setores da política brasileira, de inspiração fascista. (…) Sei do tamanho da minha missão, mas quero dizer publicamente o quanto estou com vontade de trabalhar e dialogar para que a gente possa construir um campo democrático que reeleja o presidente Lula”.

Mesmo sem a contagem dos votos de estados como Minas Gerais — terceiro maior colégio eleitoral da sigla — além de Pernambuco, Bahia, Paraná e Rio de Janeiro, Edinho já lidera com folga. Com 73,48% dos 342,2 mil votos apurados, ele supera o deputado Rui Falcão (11,15%), Romênio Pereira (11,06%) e Valter Pomar (4,3%).

Em Minas, a votação foi adiada por disputa judicial e deve ocorrer no próximo domingo. A expectativa é que mais de 400 mil filiados participem do processo.

A vitória de Edinho simboliza o fortalecimento de um grupo alinhado à estratégia de alianças amplas e com maior diálogo com partidos de centro e centro-direita. A nova composição da direção petista sinaliza uma aproximação com o Palácio do Planalto e contrasta com o estilo mais combativo da gestão de Gleisi Hoffmann, que acumulou embates inclusive com setores do próprio governo.

Nos bastidores, Gleisi inicialmente não apoiava a candidatura de Edinho, mas o clima de tensão diminuiu após sua nomeação para a Secretaria de Relações Institucionais. Durante o discurso, o novo mandatário fez questão de elogiar a ex-presidente da legenda, chamando-a de “a maior da história do PT” por sua atuação durante a Operação Lava-Jato e o período da prisão de Lula.

A candidatura de Edinho foi fortalecida após a retirada do nome do vice-presidente nacional Washington Quaquá, movimento selado com o compromisso de manter Gleide Andrade na Secretaria de Finanças do partido. Ela acompanhou o pronunciamento e é considerada um elo importante entre as diferentes correntes petistas.

Ao comentar a decisão do governo Lula de judicializar a derrubada do decreto sobre o aumento do IOF, Edinho Silva defendeu a medida e negou que isso contrarie a disposição de diálogo com o Congresso Nacional:

“O governo reagiu a uma derrota que foi imposta. O governo não tinha outra saída a não ser debater com a sociedade. Um governo que manda uma mensagem para o Congresso, já tinha esta posição. O governo precisa defender suas posições diante de uma derrota imposta pelo Congresso Nacional. Isso não é contraditório”.

Edinho também agradeceu publicamente o apoio de Lula durante a disputa e se comprometeu a honrar a confiança do presidente.