Novos mísseis russos podem atingir Londres em 5 minutos, alerta Otan

Atualizado em 13 de setembro de 2025 às 20:20
Equipes da Força Aérea francesa prepara um caça Rafale enviado ao leste da Europa diante de ameças da Rússia, em 13 de setembro de 2025. Foto: Forças Armadas da França via Reuters

O secretário-geral da Otan, Mark Rutte, afirmou nesta sexta-feira (12) que os novos mísseis hipersônicos desenvolvidos pela Rússia podem atingir cidades como Londres em apenas cinco minutos após deixarem o espaço aéreo russo. O alerta foi feito durante o anúncio de um plano emergencial da aliança militar para reforçar as defesas no leste europeu, em resposta à invasão de drones russos no espaço aéreo da Polônia.

Segundo Rutte, a ideia de que cidades no oeste europeu estariam mais seguras do que capitais próximas da fronteira russa, como Tallinn (Estônia) ou Vilnius (Lituânia), não corresponde à realidade. Ele ressaltou que os mísseis Orenshik, que a Rússia se prepara para lançar, atingem até dez vezes a velocidade do som e têm capacidade para carregar ogivas nucleares, tornando-os praticamente impossíveis de serem interceptados pelos sistemas de defesa atuais.

O reforço anunciado pela Otan inclui mais tropas, tanques e caças enviados para regiões estratégicas na fronteira leste. A operação, batizada de “Sentinela Oriental”, envolve recursos aéreos e navais fornecidos por países como Dinamarca, França, Alemanha e Reino Unido. Washington também apoiou a ação, acusando Moscou de violar a lei internacional e a Carta da ONU com a incursão de drones na Polônia.

Sede da Otan. Foto: Pascal Rossignol

De acordo com Rutte, as incursões foram “imprudentes e inaceitáveis”. O general da Força Aérea dos Estados Unidos Alexus Grynkewich, principal autoridade militar da Otan, reforçou que a aliança está pronta para defender “cada centímetro” de seu território. Segundo ele, a operação foi planejada de forma flexível, cobrindo desde os Estados Bálticos até países como Romênia e Bulgária.

A Rússia alegou que os drones faziam parte de ataques contra a Ucrânia e que não houve intenção de atingir a Polônia. O primeiro-ministro polonês, Donald Tusk, reagiu dizendo que não se tratou de acidente e que Varsóvia tem provas disso. O episódio aumentou a pressão sobre Moscou e levou o presidente estadunidense Donald Trump a propor um novo pacote de sanções contra o Kremlin.

O anúncio da Otan representa a primeira ação militar coordenada desse porte desde o início da guerra na Ucrânia. Com milhares de soldados já posicionados no leste europeu, a aliança agora amplia sua presença diante do risco crescente representado pelos mísseis russos de última geração e pela escalada de incidentes que envolvem aliados como a Polônia.