
O Núcleo Palestina do Partido dos Trabalhadores divulgou uma nota pública nesta terça-feira (8) criticando duramente as declarações do senador Jacques Wagner (PT-BA), que, em sessão solene no Senado no dia anterior, afirmou que “Hamas tem que ser exterminado”.
O grupo classificou a fala como “pró-sionista” e afirmou que o parlamentar, “com a sua experiência, não pode alegar ignorância” quanto ao artigo 81 da ONU, que, segundo o texto, garante a um povo ocupado o direito à defesa armada de seu território.
Na nota, o núcleo lembrou que o Hamas “não é considerado um grupo terrorista nem pelo Brasil nem pela ONU, mas um grupo político que venceu as eleições em Gaza e segue cumprindo o seu papel: defender o povo que o elegeu”. O texto também acusa Israel de ter conhecimento prévio sobre a ação do Hamas em 7 de outubro, caracterizada pelo núcleo como uma “reintegração de posse de terras ilegalmente invadidas”.

“O senador parece esquecer que a História não perdoa aqueles que são complacentes com um genocídio”, diz o documento, que também menciona o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, afirmando que ele “tem posto seu governo a serviço da defesa do povo palestino”.
Para o núcleo, as declarações de Wagner “caminham em sentido oposto ao esforço histórico do governo brasileiro de trabalhar pela paz e pela superação dos conflitos”. O texto enfatiza que a política externa do país “se pauta pelo diálogo, nunca pela retórica bélica”, e considera “ainda mais absurda” a fala do senador diante dessa tradição.
O documento termina com uma nova manifestação de repúdio: “Ao ignorar o genocídio do povo palestino, o senador defende o sionismo e sua prática abominável.”