
O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, detonou o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), durante uma reunião realizada no Palácio dos Bandeirantes com o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos). Ele afirmou que a gestão municipal falhou em suas responsabilidades, especialmente em relação ao manejo e monitoramento das árvores na cidade.
“A prefeitura falhou no cumprimento do seu dever. Mais de 1.300 árvores tombaram por ausência de retirada e de acompanhamento técnico adequado, e muitas delas caíram diretamente sobre a rede elétrica, agravando de forma significativa a situação”, disse Silveira.
Silveira não poupou a Enel e afirmou que a distribuidora também falhou na sua função. Ele afirma que solicitou que a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) intensifique a fiscalização da empresa.
“Já determinei que a Aneel, em parceria com a Arsesp [agência estadual], intensifique a fiscalização. Esse trabalho técnico deve resultar, se confirmadas as irregularidades, na aplicação de multas e de sanções mais severas”, prosseguiu.

Ele ainda afirmou que fez “inúmeras cobranças” nos últimos anos e que vem “cobrando formalmente da Aneel informações e dados técnicos que embasem, do ponto de vista legal, uma eventual caducidade”. “Até o momento a agência ainda não apresentou essas respostas”, acrescentou.
O presidente da Enel, Guilherme Lencastre, enviou à Prefeitura de São Paulo, há mais de um ano, um mapa de risco com mais de 15 mil árvores que poderiam cair na capital e outras 1.248 em municípios. A distribuidora também tenta assinar um acordo de cooperação com a gestão municipal para evitar danos à rede elétrica.
Em ofícios enviados à Subsecretaria Municipal das Prefeituras, o presidente da Enel, Guilherme Lencastre, alegou que, embora a responsabilidade pelas podas não fosse da empresa, ela havia realizado testes com três subprefeituras, obtendo resultados positivos. No entanto, o acordo formal com a prefeitura não foi assinado, o que agravou a situação.