O vice-presidente do Tribunal Superior Eleitoral, o ministro Kassio Nunes Marques, sinalizou nesta quinta-feira (30) a possibilidade de paralisar o julgamento que pode cassar o mandato do governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, e torná-lo inelegível. O tema está previsto para ser analisado pelo TSE na terça-feira (4). Com informações de Bela Megale, em O Globo.
Em conversas reservadas, o ministro tem indicado que a chance de solicitar vista do processo é considerada alta em casos que tratam de matérias complexas. O julgamento foi incluído na pauta na quarta-feira (29), após decisão interna da Corte eleitoral sobre a agenda de sessões.
Auxiliares de Nunes Marques afirmam que ele tem viagem marcada para quinta-feira (30), com retorno previsto para a própria terça-feira (4). A solicitação de vista teria o efeito de suspender a análise por até 60 dias, o que pode adiar a conclusão do caso para fevereiro de 2026.
Pessoas ligadas ao ministro informam que ele costuma avaliar a possibilidade de vista quando processos envolvem governadores, senadores, deputados federais ou prefeitos de capitais, devido ao impacto administrativo dessas decisões.
A relatoria do caso está com a ministra Isabel Gallotti, que termina seu mandato no TSE em menos de um mês. Ela liberou processos considerados prioritários para julgamento antes de deixar a Corte eleitoral.
No entorno de Cláudio Castro, a avaliação é de que a pauta foi definida em meio à repercussão da operação policial que resultou em mais de 120 mortes no Rio de Janeiro. Integrantes da defesa analisam o cronograma definido pelo Tribunal para organização das sustentações orais.
Até semanas atrás, aliados do governador e do presidente da Assembleia Legislativa do Rio, Rodrigo Bacellar, mantinham expectativa de que o julgamento não seria pautado em curto prazo. Os dois respondem a acusações relacionadas ao financiamento de projetos da Fundação Ceperj e da Uerj em 2022.
Se houver pedido de vista, o processo fica suspenso até o fim do prazo regimental, e o caso retorna ao plenário do TSE quando o ministro liberar o voto.