Como foi o abraçaço em Salvador. Por Nathali Macedo

Atualizado em 26 de abril de 2016 às 21:46

Captura de Tela 2016-04-26 às 21.33.02

Inspiradas pelo abraçaço em Brasília, as mulheres baianas e soteropolitanas foram hoje ao cerimonial de entrega de unidades do programa Minha Casa, Minha Vida prestar solidariedade à presidenta.

Cinco ônibus lotados de mulheres com cartazes, rosas e balões em formato de coração aguardavam Dilma.

Captura de Tela 2016-04-26 às 21.33.11

Ela chegou sorridente e fez questão de receber cada flor e cada abraço. Não havia em sua expressão nenhum traço de necessidade ou obrigação, nenhum daqueles sorrisos amarelos que políticos populistas dirigem aos seus eleitores. Tudo o que havia era um semblante de tranquilidade e carinho pelas suas semelhantes.

Captura de Tela 2016-04-26 às 21.33.41

Em seu pronunciamento, Dilma agradeceu o carinho das mulheres soteropolitanas e trocou em miúdos o golpe em curso no Brasil, sob aplausos e gritos de entusiasmo.

“Eles se incomodam quando falamos em golpe. Mas se não há crime, é golpe sim!”, disse a Presidenta, chamada pelas mulheres do ato de “guerreira do povo brasileiro.”

Captura de Tela 2016-04-26 às 21.33.56

“Somos mulheres em conjunto, fazendo política. Esse abraçaço é pra nos fortalecer enquanto mulheres e fortalecer a nossa Presidenta”, disse Samira Soares, uma das organizadoras do ato.

Captura de Tela 2016-04-26 às 21.33.20

Eu já sabia que, juntas, seríamos mais fortes. Também sabia que a Presidenta nos receberia de braços abertos, assim como nós a recebemos. O que eu não ousava imaginar era o nível de engajamento e organização das mulheres de Salvador. Nós não estávamos lá apenas para abraçar a presidenta – embora isso nos fosse suficiente: discutimos o aprofundamento da democracia, autonomia feminina e novas formas de abertura da esquerda para a participação política das mulheres.

Fomos embora com nossos corações cheios de esperança. No dia primeiro de maio certamente seremos maiores.

Nathalí Macedo
Nathalí Macedo, escritora baiana com 15 anos de experiência e 3 livros publicados: As mulheres que possuo (2014), Ser adulta e outras banalidades (2017) e A tragédia política como entretenimento (2023). Doutora em crítica cultural. Escreve, pinta e borda.