O almoço de FHC com Lula beneficia os dois e a democracia. Por Renato Janine Ribeiro

Atualizado em 23 de maio de 2021 às 13:22
Fernando Henrique Cardoso e Lula após almoço

Publicado originalmente no perfil do autor no Facebook

POR RENATO JANINE RIBEIRO, ex-ministro da Educação do governo Dilma

O almoço de FHC com Lula beneficia os dois – e a democracia.

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FHC saiu ganhando porque o encontro reduz a sensação de que ele estaria sendo muito condescendente com Bolsonaro – e fixa um acordo contra o presidente extremista e inepto.

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Além disso, num PSDB que perdeu seus líderes históricos e seus ideais, FHC assim se afirma. Alguém pode dizer que Doria, Eduardo Leite ou Bruno Araujo têm algo a ver com o PSDB cheio de ideais, criado para romper com os caciques do PMDB?

É como se, agindo sem consultar a cúpula do partido do qual é presidente de honra, FHC chamasse a atenção para alguns fatos pequenos (contém ironia) – por exemplo, que ele foi o único tucano a ser presidente da República.

Lula saiu ganhando porque de algum modo teve um aval de FHC, no sentido estrito de reduzir a rejeição a seu nome entre os que simpatiza(ra)m com o líder tucano. Como hoje ele é o favorito nas eleições de 2022, quanto menos ódio granjear, melhor será não só para vencer a eleição como, depois, para governar.

Não se trata de Lula obter votos tucanos no primeiro turno, mas de tê-los no segundo e, sobretudo, não ter contra si um movimento como o que Aécio moveu contra Dilma.

A democracia ganha porque os dois foram presidentes fora do esquadro, e se unirem frente a Bolsonaro é positivo para as liberdades, os direitos e a sanidade.