O autoflagelo dos youtubers é pior que seus tuítes racistas e homofóbicos. Por Roberta Schendler

Atualizado em 6 de julho de 2018 às 12:48

Existe uma coisa pior que os tuítes homofóbicos, machistas ou racistas dos youtubers: o autoflagelo deles.

Para salvar seus patrocínios, essas pessoas estranhas que seu filho segue na internet estão pedindo desculpas como se não houvesse amanhã.

Estão sendo massacrados pelas mesmas multidões virtuais que conquistaram com a autoexposição que virou dinheiro.

Um tal Cocielo, o primeiro da turma a ser apanhado em flagrante, apagou 50 mil postagens. 50 MIL.

Rezende Evil, que tem 2,8 milhões de seguidores, anunciou que deletou “sem querer” 68 mil mensagens. 

Cauê Moura pediu perdão. Bruno Gagliasso, que cobrou responsabilidade das marcas que bancam essa galera, acabou tendo mensagens suas detonando gays descobertas.

Um certo Whindersson Nunes, aparentemente o maior milionário da turma, resolveu se antecipar à arqueologia digital.

“No passado já disse varias bosta. Eu nem gostava de gay e dizia que quem era gay não entrava no céu. E no meu casamento esse ano uma das madrinhas se chama Rafael, pra ver como as coisas mudam. Então quem quiser procurar tweets antigo fique a vontade”, comentou.

O que é mais patético: a velha conversa do “tenho amigos que são homossexuais” ou o português?

Ninguém sobrevive a um grampo ou a uma escavação do passado.

E não faz sentido exigir comportamento ético de uma cambada que ganha para ser idiota.

Youtubers são narcisistas sem nada a dizer, mas por que milhões de espectadores assistem a essas sessões indigentes de amor-próprio?

Porque cada um deles quer ser uma estrela do YouTube, mas não tem nenhum talento, e está ansiosamente estudando os vídeos de colegas igualmente sem talento para descobrir como eles fazem.

No futuro, serão procuradores.